Champions. Dias de cambalhotas

Champions. Dias de cambalhotas


O Real Madrid precisa de três golos para seguir para a sexta meia-final seguida. O Benfica deu a volta cinco vezes a derrotas de 1-0 (mas perdeu seis). Pela frente têm a Alemanha.


Andam os dois à procura da remontada, essa palavra que em castelhano não quer dizer mais do que reviravolta, dar a volta por cima, acabar melhor do que começou. Hoje é o Real, amanhã o Benfica. A equipa de Zidane tem de ultrapassar os dois golos de desvantagem trazidos do estádio do Wolfsburgo, enquanto na Luz espera-se apenas um golo para recuperar mas é sobre o Bayern. Duas equipas da Alemanha, duas missões quase impossíveis. Mas há crentes.

O futebol tem destas coisas e há benfiquistas que acreditam. Miccoli lembra o seu golo “incrível” frente ao Liverpool como o “mais bonito da carreira” e diz que o Benfica tem todas as condições para eliminar o Bayern. Foi ele que começou a vitória em Anfield e levou a equipa aos quartos-de-final em 2006 – Simão faria o segundo golo no triunfo por 0-2 sobre o Liverpool. Precisamente o mesmo pensamento de Moretto, esse guarda-redes que defendeu um penálti de Ronaldinho Gaúcho no Camp Nou. O brasileiro travou o remate da estrela do Barça e as meias-finais de 2005 estiveram perto. Os catalães acabariam por passar, mas aquelas luvas terão sempre uma boa recordação.

É isto que nos traz ao jogo do Bayern amanhã e no sonho do Benfica de conseguir atingir pela primeira vez as meias-finais desde que a Taça dos Campeões se transformou em Liga dos Campeões, em 1992-93. Ou a 15.ª meia-final europeia. Não vai ser fácil. Pela frente uma equipa que perdeu apenas três dos 43 jogos esta temporada, um deles com o Arsenal para a Liga dos Campeões – à derrota em Londres por 2-0 responderam com uma goelada em Munique 5-1, ainda na fse de grupos. As outras duas derrotas apareceram na Bundesliga. Foram com o Mönchengladbach (3-1) e em casa com o Mainz (1-2).

Sem Jonas e sem Gaitán Essas são as únicas duas derrotas que o Bayern tem no campeonato, o que mesmo assim lhe dá a liderança folgada da prova, com sete pontos de avanço do Borussia. As duas equipas do topo do campeonato alemão têm os mesmo golos marcados (69), mas é na defesa que a equipa de Guardiola se destaca. E aqui Rui Vitória parece ter um problema já que não pode contar com o seu melhor marcador – Jonas viu cartão em Munique e não poderá jogar, o brasileiro que é o melhor marcador da Liga portuguesa com 30 golos e está na liderança da Bota de Ouro, Higuaín (Nápoles) e com Ronaldo (Real Madrid).

E já que falamos em Ronaldo, o melhor marcador da Champions (13 golos) vai ter hoje uma noite difícil se quiser entrar para a história e conseguir seguir para a sexta meia-final seguida, uma série que começou em 2010-11 e empatou com o Real das épocas douradas de 1955-1960, quando conquistaram os primeiros cinco títulos da competição. Esta saga atual começou nas três temporadas de Mourinho e as duas de Ancelotti: das cinco meias, só atingiram a final numa, a Décima conquista da em Lisboa frente ao Atlético 4-1. Eliminaram o Bayern, e caíram com o Barça, Bayern, Borussia (a três com Mou) e Juventus.