Em entrevista à Antena 1, no rescaldo do Congresso do PSD, o líder social-democrata explica que também não vai apresentar um programa alternativo ao que António Costa irá submeter a Bruxelas até ao final do mês.
O Programa de Estabilidade, à semelhança do Programa Nacional de Reformas, que serão debatidos no dia 27 de abril na Assembleia da República, não têm de ser aprrovados pelos deputados, apesar de ser possível um dos partidos no hemiciclo tentar submetê-lo a votação.
Para isso, basta apresentar uma proposta de resolução. A admissibilidade da proposta está, contudo, sujeita à sua aprovação pela maioria dos deputados, pelo que não era líquido que uma incicativa deste tipo por parte do PSD levasse efetivamente à votação destes documentos.
Ainda assim, no interior do PSD a ideia foi discutida, já que alguns sociais-democratas viam aqui mais uma oportunidade de deixar claro que BE, PCP e PEV não são os parceiros naturais do PS para as questões europeias.
Na hipótese – ainda não confirmada, mas que os sociais-democratas acham provável – de o Programa de Estabilidade conter medidas de austeridade, esta seria uma forma de levar a que as bancadas mais à esquerda votassem contra o documento, ajudando a direita a expor a tese de uma geringonça frágil.
Ainda sem medidas de cortes conhecidas e sabendo haver a hipótese de a votação não se concretizar, Passos Coelho diz agora que "em princípio" não tentará forçar a esquerda a votar o Programa de Estabilidade.
"Não nos compete a nós apontar um caminho alternativo", afirma, com um sublinhado que vai ao encontro das críticas que lhe têm sido feitas dentro e fora do partido, desde que assumiu a liderança da oposição. Muitos têm dito que Passos não despiu ainda o fato de primeiro-ministro. Passos responde, recusando essa ideia.
"Não vamos fazer de conta que estamos no Governo. Não estamos", afirma à Antena 1.