Numa altura em que se começa a sentir a recuperação do mercado imobiliário, a compra de uma segunda casa pode ser vista como uma boa alternativa de investimento face aos tradicionais produtos de poupança. A contribuir para esta tendência estão as taxas de juro dos depósitos e de outro tipo de produtos de poupança, que são pouco atrativas, gerando a necessidade de se encontrarem outras opções.
E os números falam por si: só no ano passado foram vendidos mais de 107 mil imóveis, o que representa um aumento de 27% face ao ano anterior. Este é o valor mais elevado desde 2010. A impulsionar esta tendência está a maior facilidade com que os bancos concedem crédito, ao contrário do que acontecia em anos anteriores. De acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, as novas operações com crédito à habitação totalizaram 469 milhões de euros, um aumento face aos 413 milhões de euros de novembro e representando o valor mais alto desde maio de 2011.
Mas essa opção implica custos extra. A aquisição de um imóvel implica sempre o pagamento de uma série de despesas. É o caso por exemplo, do imposto municipal sobre a transmissão onerosa de imóveis (IMT), imposto municipal sobre imóveis (IMI), escritura e outros custos, seguros, taxas e afins e, a partir daí, conte com gastos relacionados com a manutenção da casa e condomínio.
Rentabilizar A verdade é que pode encontrar várias alternativas de forma a rentabilizar o investimento que foi feito. Comprar para arrendar poderá ser uma das soluções que se colocam. No entanto, conte com algum nível de risco, já que o arrendatário pode falhar o pagamento de rendas. Com vista a reduzir este “perigo”, há várias soluções disponíveis no mercado. Os seguros de proteção ao arrendamento e o recurso à figura dos fiadores são algumas das hipóteses.
Mas vamos a números. Para um investimento de 100 mil euros, em que paga dois mil euros de custos anuais e arrecada 7500 euros anuais de rendas, dá um retorno de 5,5% – um número mais interessante que os juros oferecidos pelos tradicionais produtos de poupança. No entanto, não se esqueça de que terá de pagar às finanças 28% do retorno que tem.
Outra alternativa passa por arrendamentos a curto prazo e tem vindo a ganhar novo fôlego com o crescimento do alojamento local. Esta solução destina-se essencialmente a clientes que estão de passagem – turismo ou viagens de negócios – e preferem apartamentos a unidades hoteleiras. Para os proprietários, há algumas vantagens, como o rendimento potencial: o pagamento da diária normalmente é superior ao valor das rendas mensais (ajustadas ao dia) e o risco de incumprimento é menor.
No entanto, criar um “hotel” em sua casa obriga geralmente a ter uma estrutura mínima que pode incluir alguém responsável pelo serviço de limpeza ou pela manutenção do equipamento e da estrutura do imóvel. Para poder arrendar o seu imóvel nesta modalidade, necessita de o registar como estabelecimento de alojamento local na câmara e deverá ser apresentado o comprovativo de que é proprietário, a planta do imóvel e os termos de responsabilidade relativos às instalações elétricas e de gás. Estes dados serão depois divulgados ao Turismo de Portugal. O documento será emitido pelo Balcão Único Eletrónico.