Banco falido. Saiba se o dinheiro está em risco

Banco falido. Saiba se o dinheiro está em risco


Com a instabilidade vivida no sistema financeiro, é natural que os clientes desconfiem dos bancos e temam pelo futuro das suas contas e poupanças


A falência do BPN parece já pertencer ao passado, mas as notícias sobre a instabilidade financeira da banca portuguesa continuam a pairar no ar. Depois da queda recente do Banif surgem, mais uma vez, rumores sobre a fragilidade do Montepio. A isto acrescem as necessidades de capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), a queda das ações do BCP – que em janeiro chegaram a valer menos de quatro cêntimos ­– e a falta de acordo no BPI. Todas estas situações acabam por contribuir para o aumento da desconfiança por parte dos clientes e surge a questão se o dinheiro estará seguro se o banco falir.

 No caso dos depósitos, não há grandes dúvidas. Até 100 mil euros, todos os depósitos a prazo e contas à ordem estão salvaguardados pelo Fundo de Garantia de Depósitos, a que a generalidade dos bancos a operar em Portugal aderiram. Mas há exceções: alguns não o fizeram, como o Deutsche Bank, o Bankinter (que comprou o negócio do Barclays em território nacional), o Abanca ou o PrivatBank, “mas os fundos de garantia dos respetivos países responderão sempre pelos depósitos efetuados nessas instituições”, alerta a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO).

Aliás, para evitar esta possível fuga de capitais para bancos estrangeiros, a associação sugere que seja criado um fundo europeu de garantia de depósitos que reunisse os contributos de todos os bancos a operar em solo europeu. “Desta forma, todos os depositantes até 100 mil euros estariam em pé de igualdade no acesso ao fundo, independentemente da nacionalidade do banco em que tivessem escolhido guardar as poupanças”, acrescenta.

Os problemas colocam-se se tiver mais de 100 mil euros concentrados numa só conta em seu nome. Aí é recomendável que disperse a poupança por várias instituições bancárias. “Em alternativa, adicione um titular à conta que não tenha ultrapassado, ele próprio, os 100 mil euros numa poupança nesse banco. Deste modo, qualquer um dos titulares pode assegurar o direito ao reembolso do dinheiro”, diz a associação.

Diversificar investimento O certo é que, por mais confiança que tenha no seu banco, é fundamental que perceba exatamente em que tipo de produtos está a investir. A explicação é simples: só assim tem a noção do risco que assume em cada aplicação. “É inevitável que os investimentos mais rentáveis impliquem assumir algum risco, mas essa é uma decisão que lhe cabe apenas a si. Se prefere a prudência, opte por aplicações de baixo risco. O retorno pode ser igualmente baixo, mas o capital investido permanecerá mais seguro”, alerta a DECO.

No entanto, não se esqueça que, em muitos casos, o banco é apenas intermediário da aplicação, não sendo responsável pela gestão do produto nem pela sua emissão. É o que acontece, por exemplo, com os planos poupança-reforma, com os fundos de investimento e com algumas obrigações. “Nesses casos, uma eventual falência do banco não põe em risco o dinheiro que investiu. Só tem de mudar de intermediário”, acrescenta.