Atentados


Antes de mais, tenho de dizer que as minhas orações estão com as vítimas do atentado de Bruxelas, não só as vítimas diretas e suas famílias, mas também todas as vítimas do medo, na Bélgica e em muitos outros países europeus, incluindo Portugal, onde já houve uma ameaça de bomba no metro de Lisboa.


Em seguida, sem ter soluções fáceis nem óbvias para o problema do terrorismo, que pode ser desencadeado por uma minoria das minorias, julgo que temos de reconhecer que o Ocidente tem questões a resolver com o islão, pelo menos na sua versão radical.

Em primeiro lugar, o Ocidente tem-se sentido autorizado (por si próprio…) a intervir em demasiados países muçulmanos, com uma atitude tão colonialista quanto incompetente, gerando muitas vezes mais problemas do que aqueles que se propunha resolver. Recordo-me, em particular, da catastrófica invasão do Iraque, em 2003, a que em má hora Durão Barroso quis associar o nosso país. Como é evidente, estas intervenções desastradas criam um capital de queixa que se estende muito para lá da zona afetada, que acaba por ser pretexto para atos de terrorismo como retaliação.

No Médio Oriente, a UE também tem errado ao enviar copiosos meios financeiros a organizações que, se não praticam diretamente o terrorismo, estão muito próximo de o fazer e financiar.

Em segundo lugar, a forma como temos tolerado a não integração do islão no próprio território europeu (felizmente, não em Portugal), permitindo a criação de espaços em que as polícias nacionais se demitiram de intervir, a tolerância da incitação à violência e a tolerância da violação de valores essenciais do Ocidente, como a igualdade de direitos das mulheres e minorias. Em alguns casos extremos chegou-se a permitir a repressão de práticas cristãs seculares para não “ofender” os sentimentos de muçulmanos.

Há indicação de que, em alguns dos últimos atentados, os terroristas contaram com o claro e importante apoio das suas comunidades, o que é muito grave.

Que soluções para um problema tão complexo? Em relação ao primeiro problema, a solução poderia passar pelo recuo da intervenção ocidental. No entanto, subsistiriam as questões que foram ampliadas pela anterior intervenção, como é o caso da Síria.

Já em relação ao segundo problema, poderia haver a tentação de uma imediata e forte redução da tolerância aos excessos do islão na Europa. Infelizmente, o mais provável é que isso geraria um clima de guerra civil nos bairros já atualmente problemáticos.

Sendo muito difícil de conceber, e sobretudo de concretizar, penso que uma outra solução teria de passar pelo envolvimento do islão moderado e pela construção de soluções que permitam ultrapassar a atual situação de muitos jovens sem perspetivas de futuro, os recrutas ideais do terrorismo.

Finalmente, há as questões logísticas do espaço Schengen, aparentemente mais tratáveis. Por um lado, não é concebível que os países da linha da frente na receção de refugiados, como a Grécia, ainda por cima já terrivelmente fustigada pela crise do euro, sejam forçados a suportar uma fração totalmente desproporcionada dos custos, quer financeiros quer humanos, o que só pode criar deficiências de fiscalização pelas quais pagaremos um alto preço.

Por outro lado, é com enorme espanto que somos informados de que não existe um sistema centralizado de informação de segurança no espaço Schengen, estando o mesmo dependente da cooperação informal entre diversas polícias e serviços de fronteiras. Como é evidente, isto precisa de ser corrigido o mais brevemente possível.

Atentados


Antes de mais, tenho de dizer que as minhas orações estão com as vítimas do atentado de Bruxelas, não só as vítimas diretas e suas famílias, mas também todas as vítimas do medo, na Bélgica e em muitos outros países europeus, incluindo Portugal, onde já houve uma ameaça de bomba no metro de Lisboa.


Em seguida, sem ter soluções fáceis nem óbvias para o problema do terrorismo, que pode ser desencadeado por uma minoria das minorias, julgo que temos de reconhecer que o Ocidente tem questões a resolver com o islão, pelo menos na sua versão radical.

Em primeiro lugar, o Ocidente tem-se sentido autorizado (por si próprio…) a intervir em demasiados países muçulmanos, com uma atitude tão colonialista quanto incompetente, gerando muitas vezes mais problemas do que aqueles que se propunha resolver. Recordo-me, em particular, da catastrófica invasão do Iraque, em 2003, a que em má hora Durão Barroso quis associar o nosso país. Como é evidente, estas intervenções desastradas criam um capital de queixa que se estende muito para lá da zona afetada, que acaba por ser pretexto para atos de terrorismo como retaliação.

No Médio Oriente, a UE também tem errado ao enviar copiosos meios financeiros a organizações que, se não praticam diretamente o terrorismo, estão muito próximo de o fazer e financiar.

Em segundo lugar, a forma como temos tolerado a não integração do islão no próprio território europeu (felizmente, não em Portugal), permitindo a criação de espaços em que as polícias nacionais se demitiram de intervir, a tolerância da incitação à violência e a tolerância da violação de valores essenciais do Ocidente, como a igualdade de direitos das mulheres e minorias. Em alguns casos extremos chegou-se a permitir a repressão de práticas cristãs seculares para não “ofender” os sentimentos de muçulmanos.

Há indicação de que, em alguns dos últimos atentados, os terroristas contaram com o claro e importante apoio das suas comunidades, o que é muito grave.

Que soluções para um problema tão complexo? Em relação ao primeiro problema, a solução poderia passar pelo recuo da intervenção ocidental. No entanto, subsistiriam as questões que foram ampliadas pela anterior intervenção, como é o caso da Síria.

Já em relação ao segundo problema, poderia haver a tentação de uma imediata e forte redução da tolerância aos excessos do islão na Europa. Infelizmente, o mais provável é que isso geraria um clima de guerra civil nos bairros já atualmente problemáticos.

Sendo muito difícil de conceber, e sobretudo de concretizar, penso que uma outra solução teria de passar pelo envolvimento do islão moderado e pela construção de soluções que permitam ultrapassar a atual situação de muitos jovens sem perspetivas de futuro, os recrutas ideais do terrorismo.

Finalmente, há as questões logísticas do espaço Schengen, aparentemente mais tratáveis. Por um lado, não é concebível que os países da linha da frente na receção de refugiados, como a Grécia, ainda por cima já terrivelmente fustigada pela crise do euro, sejam forçados a suportar uma fração totalmente desproporcionada dos custos, quer financeiros quer humanos, o que só pode criar deficiências de fiscalização pelas quais pagaremos um alto preço.

Por outro lado, é com enorme espanto que somos informados de que não existe um sistema centralizado de informação de segurança no espaço Schengen, estando o mesmo dependente da cooperação informal entre diversas polícias e serviços de fronteiras. Como é evidente, isto precisa de ser corrigido o mais brevemente possível.