O Comité de Ética da FIFA anunciou ter aberto um inquérito para investigar Franz Beckenbauer por suborno. O antigo futebolista é um dos seis suspeitos de envolvimento nos casos de corrupção quando liderou a candidatura da Alemanha para a organização do Campeonato do Mundo de 2006. Juntamente com Beckenbauer, presidente do comité organizador desse Mundial, estão também os ex-presidentes da Federação Alemã de futebol (DFB) Wolfgang Niersbach e Theo Zwanziger, os ex-secretários-gerais da DFB Helmut Sandrock e Horst Schmidt, e Stefan Hans, antigo responsável financeiro da DFB.
A decisão da abertura do inquérito é para formalizar a investigação depois de as primeiras pesquisas sobre o caso terem mostrado uma possibilidade cada vez mais forte de os responsáveis terem utilizado uma conduta imprópria para conseguir o direito de organizar a prova através de “pagamentos irregulares e contratos para ganhar vantagem” na atribuição do torneio e financiamento associado, em violação de vários artigos do Código de Ética da organização.
No início de fevereiro, a DFB tinha reclamado 6,7 milhões de euros, alegando que essa verba tinha sido transferida em 2000 pelo Comité Organizador para a FIFA e que nunca foi “devidamente justificada” nas contas do organismo, um processo que atingiu Beckenbauer. O dirigente e o ex-presidente da DFB – atual membro do Comité Executivo da FIFA – Wolfgang Niersbach, além de outros dirigentes do futebol alemão, foram citados no relatório inicial da federação. A suspeita sobre Beckenbauer e a candidatura alemã foi levantada o ano passado, depois de a revista alemã Der Spiegel ter denunciado a utilização de subornos por parte dos dirigentes alemães para comprarem votos de alguns participantes do Comité Executivo da FIFA.
Na votação, que decorreu em 2000, a Alemanha ganhou o direito de organizar o Campeonato do Mundo por uma vantagem de um voto, tendo conquistado 12, contra os 11 da África do Sul, após a abstenção do neozelandês Charles Dempsey. Segundo a Spiegel, o suborno seria para conquistar os votos de quatro representantes asiáticos no Comité Executivo da FIFA, que conta com 24 membros.
O antigo futebolista chegou a assumir que cometera um “erro” enquanto presidente do comité organizador – admitiu que ele e Nierbasch teriam enviado o dinheiro à entidade, garantido no entanto tratar-se de um pagamento para que o país tivesse um depósito para o início da organização do Mundial. Uma justificação que no início de novembro levou o vice-presidente da DFB, Rainer Koch, a dizer que já era tempo de Beckenbauer falar sobre as alegadas irregularidades na atribuição do torneio.
