O PAN obteve a sua primeira vitória: conseguiu reduzir o IVA dos copos menstruais. Segundo eles, é uma medida fulcral para o mulherio. E eu que achava que eles só se preocupavam com animais. Não sei o que as mulheres acham de serem equiparadas a animais por um partido. Se fosse eu a fazer o mesmo, tinha os indignados do Facebook a ameaçarem-me de morte. Como são os bananas do PAN, não se importam.
Não sei o que é um copo menstrual nem quero saber. Não me diz respeito o que as mulheres fazem ou deixam de fazer naquela altura do mês. Aliás, nessa altura, só quero distância delas. Obrigo as minhas secretárias a usarem uma braçadeira vermelha quando estão com o período. Assim já sei que não me devo aproximar.
Num mundo ideal, as mulheres nem menstruariam. Estariam sempre grávidas, como é sua função como fábricas de vida criadas por Deus, e nem sequer teriam oportunidade de desperdiçar óvulos. Mas não vivemos num mundo ideal. Por isso, compreendo que durante a menstruação tenham de usar adereços que lhes deem conforto.
Pelo que vejo na publicidade, os pensos higiénicos já atingiram um grau de sofisticação incrível. Nunca vi uma senhora tão feliz como as senhoras dos anúncios de pensos higiénicos. Quase que dá a impressão de que a cola dos pensos higiénicos é embebida em Prozac, que elas consomem através das suas vaginas. A verdade é que gosto de vê-las ali todas giraças, com as suas roupas branquinhas, sem o mínimo vestígio de sangue, a divertirem-se, apesar de estarem com o período. Quando vejo as senhoras dos anúncios penso que, se fossem minhas esposas, quase seria capaz de fazer amor com elas, mesmo apesar de terem uma cascata de sangue nojenta a escorrer-lhes do meio das pernas.
A questão é: porque é que o PAN se está a meter na menstruação das senhoras, atacando ao mesmo tempo uma indústria que tanta felicidade e qualidade de vida lhes tem proporcionado como a dos pensos higiénicos? O dinheiro dos meus impostos não tem de servir para financiar estes copinhos menstruais. Como disse, não sei o que são nem quero saber. Mas sugerir que as senhoras devem andar com um copinho no meio das pernas a recolher o seu fluxo menstrual às gotinhas, como se fosse uma daquelas bacias que colocamos no chão quando cai água do teto, é insultuoso. Além disso, parece-me que estes copos são bastante grandes e há o risco de poderem alargar a vagina das mulheres, estragando a sua capacidade de proporcionar prazer aos seus maridos durante a procriação.
Segundo consta, estes copinhos menstruais têm de ser fervidos após cada utilização. Como podem imaginar, isto pode gerar todo o tipo de situações abjetas na cozinha, sobretudo numa sociedade pseudoprogressista onde a cozinha passou a ser vista como um compartimento passível de ser utilizado pelo sexo masculino. Os copinhos menstruais são incompatíveis com a cultura de partilha de tarefas domésticas que a sociedade atual impõe. Um homem chega à cozinha para fazer um chazinho e, inadvertidamente, dá uso ao tacho errado. Isto é perigoso!
A verdade é que não creio que o PAN se preocupe mais com as mulheres do que com os animais. Não me enganam. Caso contrário, não incentivavam o uso de dispositivos que lhes destroem as vaginas. A obsessão deles com a menstruação das mulheres poderá ter motivos bem mais macabros. Ouvi dizer de fontes seguras que o PAN só está interessado nos copos menstruais para poder acumular o fluxo menstrual das senhoras. Como se recusam a comer animais, a única hipótese de poderem provar arroz de cabidela é utilizando o fluxo menstrual das senhoras a substituir o sangue de galinha. Daí precisarem de copos menstruais. As mulheres guardam o corrimento e eles utilizam-no para confecionar arroz de cabidela vegan, com tofu e fluxo vaginal.
Que outras razões poderiam ter para quererem facilitar a aquisição de copos vaginais? No fundo, sob uma capa de pacifistas amigos da natureza, eles não passam de vampiros sedentos de fluxo vaginal.
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