Dilma diz que escutas da conversa com Lula são “ilegais”

Dilma diz que escutas da conversa com Lula são “ilegais”


Presidente do Brasil critica decisão do juíz Sérgio Moro


Dilma Rousseff criticou esta quinta-feira a decisão do juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, de divulgar o conteúdo da conversa telefónica com Lula da Silva, em que dizia que enviava ao ex-presidente o termo de posse para que só usasse “em caso de necessidade”.

“Quem autorizou a escuta? Porquê? E por que foi divulgada quando ela não continha nada – nada, repito – que possa levantar qualquer suspeita sobre o seu carácter republicano?”, questionou Dilma na tomada de posse do ex-presidente como novo ministro da Casa Civil, Dilma Rousseff, entretanto suspensa por decisão judicial.

“Os golpes começam assim!”, afirmou Dilma, defendendo que “interpretações desvirtuadas, processos equívocos e investigações baseadas em escutas ilegais não favorecem a democracia”. 

Durante o discurso na cerimónia, Dilma mostrou o documento sem a sua assinatura, garantindo que era para ser usado caso Lula não pudesse comparecer devido à doença da mulher, Marisa, internada por estar infetada com o vírus da chamada gripe suína.

Mesmo assim, salientou a presidente do Brasil, Lula compareceu "justamente para manifestar aqui a sua determinação de participar do governo". O que demonstra que quando enviou o documento não pretendia dar a imunidade a Lula para impedir que ele fosse alvo de alguma acção no âmbito da Operação Lava Jato.

"Eu estou guardando essa assinatura desse termo de posse como uma prova. Ocultaram que o que fomos buscar no aeroporto era esta assinatura, que está assinado pelo presidente Lula, mas não tem a minha assinatura e, portanto, isso não é posse", afirmou Dilma, que classificou a escuta “ilegal”.

A presidente disse ainda que quem defende o seu “impeachment” [destituição] não terá “força política” para afastá-la do governo. "A gritaria dos golpistas não vai me tirar do rumo e não vai colocar o nosso povo de joelhos", afirmou.