IEFP. Instituto do Emprego tinha 290 dirigentes sem concurso


Auditoria da Inspeção-Geral de Finanças concluiu que em 2013, o Instituto do Emprego e Formação Profissional tinha 290 dirigentes intermédios nomeados em 2012 sem concurso


No final de 2013, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)tinha cerca de 290 dirigentes intermédios em regime de substituição que tinham sido nomeados no final de 2012 “sem abertura dos correspondentes procedimentos concursais”.

Esta é uma das principais  conclusões de uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF),  que constam  norelatório divulgado recentemente. A IGF não divulga os relatórios completos e o relatório parcial publicado não tem mais informação sobre este assunto.

O que se sabe, tal como o Negócios noticiou esta segunda-feira, é que o IEFP já substituiu um terço dos seus dirigentes. Em causa estão uma centena de dirigentes, como diretores e diretores adjuntos de centros de emprego ou coordenadores, que tinham sido escolhidos por concurso para ocuparem os cargos por três anos. Tudo com a mesma justificação: necessidade de “imprimir uma nova orientação à gestão dos serviços”.

IEFP não tem código de ética De acordo com o relatório parcial da IGF, o IEFP não tinha nem código de ética nem “normas de conduta”. No sitio do IEFP não consta, de facto, nenhum Código de Ética, mas é possível encontrar o Plano dePrevenção deRiscos de Gestão, um instrumento essencial para “a minimização dos riscos de gestão e de práticas de corrupção ou infrações conexas”.

114 contas bancárias Outra das conclusões da auditoria prende-se com a “existência de 114 contas bancárias à ordem ativas abertas junto da banca comercial, em inobservância do princípio da unidade de tesouraria do Estado”.

Segundo a IGF, o sistema de controlo interno instituído no IEFP “merece, em geral apreciação positiva”, no entanto, “subsistem ainda” várias “insuficiências”.  

A começar pelo “não acatamento da recomendação relativa à reposição dos montantes pagos em excesso, formulada em auditoria anterior”. Sobre esta conclusão, a IGF também não dá mais pormenores.

A “inexistência de adequada delegação de competências a dirigentes dos serviços centrais” e a “deficiente identificação, nos processos de despesa, dos autores das autorizações, aprovações e conferências” foram outras das conclusões publicadas.

A IGF recomenda por isso aos responsáveis do IEFPque recuperem os montantes “pagos indevidamente”, clarifiquem as “competências” dos dirigentes intermédios, aprovem um código de ética/normas de conduta e identifiquem “de forma rigorosa os intervenientes no processo de despesa”.