Sporting. Nem pernas nem paciência para estes alemães

Sporting. Nem pernas nem paciência para estes alemães


Backward e o mesmo filme de sempre. Uma equipa alemã em Alvalade é derrota certa: 12.º jogo, cinco vitórias germânicas


Jesus já tinha mostrado que não estava interessado na Liga Europa. A frase que soltou logo a seguir ao Sporting ter dado a volta ao jogo com o Besiktas e se ter apurado para os 16 avos de final foi demonstrativo: “Temos um problema”. E tinha. Queria dizer que os leões abriam mais uma frente de batalha. De praticamente eliminados depois de um péssimo arranque na fase de grupos (com derrota em Alvalade frente ao Lokomotiv 1-3), tinham de ir à luta com um plantel com pernas curtas. Daí a derrota por 0-1, ontem.

E se nos lembrarmos disto: “Apostar na Europa? Sou Jesus mas não faço milagres”. Estamos conversados. Por isso deixou Slimani e Adrien no banco. E claro, nem o meio-campo foi o mesmo, com Aquilani (sem o ritmo e o pulmão do português) nem o ataque foi tão chato. Teo pode ser mais tecnicista mas não chateia os adversários nem metade do que o argelino o faz.

Aliado a isto – a falta de vontade e a falta de jogo para os alemães – há um histórico. Em 11 jogos em Alvalade com equipas germânicas, só registaram dois triunfos (com o Hertha e o Schalke). O resto, quatro derrotas e cinco empates. Por isso, o golo de Bellarabi ainda antes da meia-hora não foi de estranhar. Mais altos, mais fortes, mais um golo.

O Sporting ainda tentou contrariar o terceiro classificado da Bundesliga e fez-se à vida, Teo e Ruiz bem corriam e rematavam, mas saía sempre curto ou ao lado. Atrás, a dupla Coates-Semedo fazia o que podia. Mas sempre que os alemães forçavam o ritmo junto à área de Patrício partiam a loiça. Já tínhamos visto este filme. Até com este Bayer em 1997-97, quando saíram de Lisboa com uma vitória por 0-2. E claro teremos sempre Bayern, com o 0-5 em 2009.

Vá lá, a 30 minutos do final, Adrien e Slimani entraram e o motor começou a funcionar de outra maneiras. Mas o mal já estava feito, era só mesmo para remediar. Até porque perderia ainda os dois centrais: Coates saiu lesionado e Semedo foi expulso.

É um leão de serviços mínimos para a Europa e a apostar tudo no campeonato. Aí é líder e pode medir forças com quem quiser. No resto? “Se continuar em Portugal provavelmente nunca mais vou a uma final europeia”. Isto vindo de quem esteve em duas finais europeias, mas agora (como antes) com um discurso realista-pessimista.