Prejuízos obrigam Azul a devolver aviões

Prejuízos obrigam Azul a devolver aviões


Empresa de Neeleman, acionista da TAP, com mais dificuldades


A Azul, companhia aérea de David Neeleman, enfrenta problemas financeiros cada vez mais graves. De acordo com o “Globo”, os prejuízos acumulados da transportadora aérea, na ordem dos 59 milhões de euros, colocam a empresa numa situação cada vez mais delicada. Até porque este número aumentou oito vez em relação a igual período do ano anterior. Com as contas no vermelho, a Azul vai ser obrigada a devolver 20 dos 140 aviões que compõem a frota. E, de acordo com a publicação brasileira, 15 são para a TAP. Em causa estão nove Embraer e seis ATR.

Este cenário é algo que já tinha sido divulgado pela TAP quando anunciou o fim da Portugália. Nesta altura, o nascimento da TAP Express arrancava com uma frota de 17 novos aviões fornecidos pela transportadora Azul: oito ATR 52 e nove Embraer 190. A situação da Azul já foi comunicada aos funcionários (pilotos e comissários), que têm a possibilidade de pedir uma licença não remunerada que pode ir até 24 meses.

As licenças começam já entre abril e maio e fica ainda estabelecida a possibilidade de resgate da poupança do plano de previdência da Azul, o plano de pensões da companhia aérea.

Segundo dados da Abear, associação que reúne empresas do setor, a procura doméstica de voos recuou 4% em janeiro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Já é o sexto resultado seguido de retração. Recorde-se que o grupo chinês Hainan Airlines (HNA), que pretende investir também na TAP, já tinha comprado, em novembro de 2015, 23,7% da Azul. No entanto, existem incertezas no investimento que a HNA quer fazer na empresa do também acionista da TAP porque ainda não foi aprovado pelo governo da China. O negócio precisa também de passar no crivo da autoridade da concorrência brasileira (CADE).