Para acabar de vez com a associação de pedofilia com a Santa Igreja


Quem somos nós para condenar? Deus fará o seu julgamento. Até lá, temos de saber respeitar a Igreja e os seus representantes.


O filme “O Caso Spotlight” conta a história da equipa do jornal “Boston Globe” que denunciou uma série de casos de pedofilia na Igreja Católica. Fizeram muito bem e é uma história emocionante. A pedofilia é um crime horrendo e os seus praticantes devem ser levados diante da justiça. O único problema nesta história foi o facto de terem arrastado a instituição Igreja Católica pela lama: um sensacionalismo desnecessário e típico de quem quer apenas vender jornais.

Não me interpretem mal! Eu sou pró–capitalismo e acho que os jornalistas devem fazer tudo para dar dinheiro a ganhar aos donos dos seus jornais. Foi por isso que comecei a escrever para o i. Mas há limites! Denegrir uma instituição com o prestígio da Igreja é um deles.

Os jornalistas sabiam que o caso teria muito mais impacto se conseguissem associar os vis predadores à Igreja. Por acaso, eram padres. E, vai daí, transformaram um escândalo de pedofilia num escândalo da Igreja Católica. Podiam ter-se limitado a dizer que os indivíduos eram pedófilos, ocultando o detalhe irrelevante de também serem padres.

O facto de estes pedófilos serem padres é uma triste coincidência. Se calhar, muitos deles também tinham bigode. Porque é que o jornal não fez manchetes sobre a quantidade de pedófilos que usam bigode?

Não quero diminuir o papel da Igreja. É claro que a Igreja tinha a obrigação de lidar com o facto de tantos padres molestarem crianças. Mas deveria fazê–lo com discrição e não sob os holofotes de uma imprensa sensacionalista.

Aliás, a Igreja já estava a lidar (e bem) com o problema. Tinha centros de recuperação para padres pedófilos e, sempre que sabia de casos de pedofilia, ou os colocava em licença sabática ou mandava-os para outras paróquias. É errado dizer que a Igreja não fez nada!

O que queriam que fizesse? Que denunciasse os pobres padres às autoridades? Quem é que escolheria ir para padre se soubesse que a Igreja os denunciaria às autoridades à mínima prevaricação? Tem de haver o mínimo de solidariedade dentro do clero. Senão, é cada um a pregar para seu lado.

Além disso, quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Não há nada que me repugne mais do que a pedofilia mas, se pensarmos bem, é muito difícil ser padre. Passam por duras provações que nós, civis, jamais poderemos compreender. Serem os representantes de Deus na terra é a maior responsabilidade que alguém poderá ter. Uma responsabilidade que têm de aguentar sozinhos. É normal que procurem escapes para aliviar o peso dessa responsabilidade e que tentem relaxar um bocadinho de vez em quando. Não estou a defender a pedofilia, longe disso. Mas a responsabilidade de um padre é tanta que é possível que comece a afetar-lhe o juízo e o leve a interpretar mal o afeto de uma criança. É horrível visto de fora, mas só passando por isso é que poderemos compreender verdadeiramente. Como católicos, temos de saber perdoar e odiar o pecado, não o pecador.

Um dos meus melhores amigos é o padre Felício. Não faço ideia se alguma vez já teve algum comportamento inapropriado para com uma criança. Espero sinceramente que não. Mas, se por acaso alguma vez cometeu um erro desse género, deixa de ser o ser humano fantástico e maravilhoso que é? Essa monstruosidade apagará todo o bem que fez por Ourém? Quem somos nós para condenar? Deus fará o seu julgamento. Até lá, temos de saber respeitar a Igreja e os seus representantes. E, sobretudo, não devemos confundir a Igreja como instituição com o mal praticado por alguns dos seus membros. Segundo o filme, 6% dos padres são pedófilos. Não é assim tanto. Há pelo menos 94% de padres que nunca molestaram crianças. É nisso que temos de nos focar.

Não conheço estudos, mas o senso comum diz-nos que a percentagem de pedófilos em profissões como designers ou instrutores de natação sincronizada poderá andar à volta dos 15%. No entanto, nunca houve investigação nenhuma sobre um escândalo de pedofilia entre designers. Nada vende mais do que o preconceito contra a Igreja Católica.

O melhor comentador da atualidade


Para acabar de vez com a associação de pedofilia com a Santa Igreja


Quem somos nós para condenar? Deus fará o seu julgamento. Até lá, temos de saber respeitar a Igreja e os seus representantes.


O filme “O Caso Spotlight” conta a história da equipa do jornal “Boston Globe” que denunciou uma série de casos de pedofilia na Igreja Católica. Fizeram muito bem e é uma história emocionante. A pedofilia é um crime horrendo e os seus praticantes devem ser levados diante da justiça. O único problema nesta história foi o facto de terem arrastado a instituição Igreja Católica pela lama: um sensacionalismo desnecessário e típico de quem quer apenas vender jornais.

Não me interpretem mal! Eu sou pró–capitalismo e acho que os jornalistas devem fazer tudo para dar dinheiro a ganhar aos donos dos seus jornais. Foi por isso que comecei a escrever para o i. Mas há limites! Denegrir uma instituição com o prestígio da Igreja é um deles.

Os jornalistas sabiam que o caso teria muito mais impacto se conseguissem associar os vis predadores à Igreja. Por acaso, eram padres. E, vai daí, transformaram um escândalo de pedofilia num escândalo da Igreja Católica. Podiam ter-se limitado a dizer que os indivíduos eram pedófilos, ocultando o detalhe irrelevante de também serem padres.

O facto de estes pedófilos serem padres é uma triste coincidência. Se calhar, muitos deles também tinham bigode. Porque é que o jornal não fez manchetes sobre a quantidade de pedófilos que usam bigode?

Não quero diminuir o papel da Igreja. É claro que a Igreja tinha a obrigação de lidar com o facto de tantos padres molestarem crianças. Mas deveria fazê–lo com discrição e não sob os holofotes de uma imprensa sensacionalista.

Aliás, a Igreja já estava a lidar (e bem) com o problema. Tinha centros de recuperação para padres pedófilos e, sempre que sabia de casos de pedofilia, ou os colocava em licença sabática ou mandava-os para outras paróquias. É errado dizer que a Igreja não fez nada!

O que queriam que fizesse? Que denunciasse os pobres padres às autoridades? Quem é que escolheria ir para padre se soubesse que a Igreja os denunciaria às autoridades à mínima prevaricação? Tem de haver o mínimo de solidariedade dentro do clero. Senão, é cada um a pregar para seu lado.

Além disso, quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Não há nada que me repugne mais do que a pedofilia mas, se pensarmos bem, é muito difícil ser padre. Passam por duras provações que nós, civis, jamais poderemos compreender. Serem os representantes de Deus na terra é a maior responsabilidade que alguém poderá ter. Uma responsabilidade que têm de aguentar sozinhos. É normal que procurem escapes para aliviar o peso dessa responsabilidade e que tentem relaxar um bocadinho de vez em quando. Não estou a defender a pedofilia, longe disso. Mas a responsabilidade de um padre é tanta que é possível que comece a afetar-lhe o juízo e o leve a interpretar mal o afeto de uma criança. É horrível visto de fora, mas só passando por isso é que poderemos compreender verdadeiramente. Como católicos, temos de saber perdoar e odiar o pecado, não o pecador.

Um dos meus melhores amigos é o padre Felício. Não faço ideia se alguma vez já teve algum comportamento inapropriado para com uma criança. Espero sinceramente que não. Mas, se por acaso alguma vez cometeu um erro desse género, deixa de ser o ser humano fantástico e maravilhoso que é? Essa monstruosidade apagará todo o bem que fez por Ourém? Quem somos nós para condenar? Deus fará o seu julgamento. Até lá, temos de saber respeitar a Igreja e os seus representantes. E, sobretudo, não devemos confundir a Igreja como instituição com o mal praticado por alguns dos seus membros. Segundo o filme, 6% dos padres são pedófilos. Não é assim tanto. Há pelo menos 94% de padres que nunca molestaram crianças. É nisso que temos de nos focar.

Não conheço estudos, mas o senso comum diz-nos que a percentagem de pedófilos em profissões como designers ou instrutores de natação sincronizada poderá andar à volta dos 15%. No entanto, nunca houve investigação nenhuma sobre um escândalo de pedofilia entre designers. Nada vende mais do que o preconceito contra a Igreja Católica.

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