O Orçamento que não é de ninguém


Do BE e PCP já ecoaram vozes de afastamento em relação à proposta de Orçamento apresentada pelo governo. “Não é o nosso Orçamento”, dizem, tentando escudar-se da opinião negativa em torno da proposta.


Claro que isto é uma grande manobra de comunicação. Não só este é o Orçamento deles (pois ninguém se esqueceu das reuniões conjuntas entre partidos aquando do impasse com Bruxelas sobre o draft inicial) como é a eles, e só a eles, que cabe a responsabilidade de o aprovar e arcar com as consequências políticas dos seus efeitos na vida das pessoas.

Isto, aliás, está num nível tal de desresponsabilização que o próprio primeiro-ministro, num encontro com militantes do PS no Porto, afirmou que este Orçamento é “pior” que o draft inicial.

Chegámos a um ponto da vida política nacional onde impera o “jogo de espelhos” e a cobardia. Sim, a cobardia. Somos bombardeados todos os dias por tipos com um estilo popstar que dominam o espaço mediático cumprindo escrupulosamente o guião que lhes foi incumbido. Acusar a “direita”, responsabilizar a “direita”, atrair as atenções para a “direita”. O problema é que já não é a “direita” que governa e as juras sobre um tal de “tempo novo” vão ter mesmo de começar a surtir efeito. E quando ele chegar, quando se sentir na pele a diminuição do Orçamento na educação, na justiça, o aumento do imposto sobre o crédito ao consumo, o aumento dos combustíveis, o fim do quociente familiar no IRS e outras tantas medidas do “virar de página”, lá nos esperará uma crise política e financeira – mas, desta vez e como de costume, sem que a “direita” tenha alguma coisa a ver com isso.

Escreve à segunda-feira


O Orçamento que não é de ninguém


Do BE e PCP já ecoaram vozes de afastamento em relação à proposta de Orçamento apresentada pelo governo. “Não é o nosso Orçamento”, dizem, tentando escudar-se da opinião negativa em torno da proposta.


Claro que isto é uma grande manobra de comunicação. Não só este é o Orçamento deles (pois ninguém se esqueceu das reuniões conjuntas entre partidos aquando do impasse com Bruxelas sobre o draft inicial) como é a eles, e só a eles, que cabe a responsabilidade de o aprovar e arcar com as consequências políticas dos seus efeitos na vida das pessoas.

Isto, aliás, está num nível tal de desresponsabilização que o próprio primeiro-ministro, num encontro com militantes do PS no Porto, afirmou que este Orçamento é “pior” que o draft inicial.

Chegámos a um ponto da vida política nacional onde impera o “jogo de espelhos” e a cobardia. Sim, a cobardia. Somos bombardeados todos os dias por tipos com um estilo popstar que dominam o espaço mediático cumprindo escrupulosamente o guião que lhes foi incumbido. Acusar a “direita”, responsabilizar a “direita”, atrair as atenções para a “direita”. O problema é que já não é a “direita” que governa e as juras sobre um tal de “tempo novo” vão ter mesmo de começar a surtir efeito. E quando ele chegar, quando se sentir na pele a diminuição do Orçamento na educação, na justiça, o aumento do imposto sobre o crédito ao consumo, o aumento dos combustíveis, o fim do quociente familiar no IRS e outras tantas medidas do “virar de página”, lá nos esperará uma crise política e financeira – mas, desta vez e como de costume, sem que a “direita” tenha alguma coisa a ver com isso.

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