Hoje, num tal de “tempo novo”, somos diariamente cotejados com notícias sobre um esboço de Orçamento que, pelas dúvidas e pela apreciação negativa que tem merecido, não pressagia grande credibilidade à redação final, que será entregue nos próximos dias no parlamento.
As críticas e incertezas surgiram de toda a parte. Da Comissão Europeia, que identificou um rumo de “não cumprimento” com as obrigações orçamentais; do Conselho de Finanças Públicas, que classificou as previsões do governo como “pouco prudentes”, apresentando “riscos relevantes”; da UTAO, que aponta “evidentes riscos de incumprimento” – uma nota para Teresa Leal Coelho, presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, que insistiu no parecer deste organismo sob oposição e crítica feroz dos partidos do “tempo novo” –; e das agências de rating, que já ameaçam com a notação da dívida.
Por muito que Costa fale em “tecnicalidades” e assegure o melhor dos dois mundos em relação ao documento orçamental, isto é o inevitável paradoxo entre o cumprimento das imposições europeias e as imposições do PCP e BE. São já indeclináveis as reminiscências de 2011 e do governo de Sócrates, sobretudo num aspeto muito particular. A cada confronto com a realidade e a cada contradita surgem novas teorias da conspiração, incidentes numa culpa alheia e num universo propagandístico cujo desfecho vaticinará um insuprível absurdo.
Escreve à segunda-feira