Um Fiat, um Ferrari e um carro-vassoura na curva para a reta final

Um Fiat, um Ferrari e um carro-vassoura na curva para a reta final


Fomos para a estrada ver o que falta de campeonato: será que Jesus tem mãos para esta segunda volta? E o Ferrari de Vitória, ficará em pista? Peseiro está no carro-vassoura pronto para limpar isto tudo…


Entrámos na reta final e o Sporting parece o rei da aldeia. Parece, porque isto já não acontecia há 14 anos – altura do último título nacional em Alvalade (2001/02). Quem está no centro disto tudo? Jesus, Jorge Jesus. O homem que trocou de morada na Segunda Circular para acordar o leão adormecido. Mas, há sempre um mas (e este não é pequeno), nem tudo são rosas: das quatro vezes em que se sagrou campeão de inverno, apenas por duas ocasiões acabou no Marquês.

E há mais. Se é verdade que a maioria das equipas campeãs faz, por norma, menos pontos na segunda volta, a cruz de Jesus é dolorosa: menos 14 pontos em média, é o balanço do legado de seis anos que deixou na Luz, ao serviço do Benfica. Pior? São 410 os pontos na primeira volta nas 12 equipas que treinou – comparando com os 341 na segunda volta. Alvalade entrou em estado de alerta. E tinha razões para isso.

À entrada para a segunda metade da I Liga (18.º), empate caseiro com o Tondela (2-2). Alto e para a música. Mas onde é que já vimos este baile? Seguiu-se uma vitória na Capital do Móvel, frente ao Paços de Ferreira (3-1), numa altura em que o Benfica já ultrapassou o FC Porto na tabela.

Será a vantagem do Sporting suficiente para prevenir eventuais deslizes? As águias vão continuar a voar ao ritmo do leão (-2 pontos)? E os dragões irão conseguir chutar a desvantagem de cinco pontos para canto? As questões são, por esta altura, legítimas.

Com 15 jornadas ainda em disputa, o i decidiu esmiuçar o calendário oficial e analisou os jogos de risco para os candidatos ao título até ao final do campeonato. Chegámos a uma conclusão: o mês de fevereiro será vital para as ambições dos três grandes. É que se aproxima um ciclo infernal que tem como ingredientes um clássico, Taça de Portugal, Champions e Liga Europa.

Um olho na liderança e outro na Liga Europa O Sporting discute hoje o futuro na Taça da Liga, já com poucas esperanças de se apurar para a próxima fase. Uma prova que não desvia Jorge Jesus do seu verdadeiro objetivo esta época: o campeonato. Neste campo, os leões partem em vantagem sobre os rivais: 8 jogos em Alvalade e outros 7 fora de portas. A primeira ‘final’ joga-se este sábado, em casa, frente à Académica. Um duelo, teoricamente, acessível.

O mesmo não se poderá dizer da receção aos homens de Vila do Conde (7 de fevereiro) ou da deslocação na semana seguinte à Choupana (se o nevoeiro deixar). Quatro dias depois, o Sporting começa a discutir com o Bayer o acesso aos oitavos da Liga Europa. Pelo meio, o Boavista visita a capital (dia 21) e três dias depois da cartada decisiva no apuramento em Leverkusen (25) há uma viagem marcada para Guimarães. Será o último confronto antes do dérbi com o Benfica, a 3 de março, que promete ser fundamental para as contas do campeonato.

O calendário só volta a apertar para os de Jesus na reta final, altura em que medem forças com o FC Porto (30 de abril) no Dragão e fecham a época com o Braga, na Pedreira (15 de maio). A ver vamos se o Fiat chega sem nenhum toque na pintura ao destino.

Arrumar as malas e jogar com o FC Porto Antes do clássico na Luz com os dragões (14 de fevereiro), o Benfica vai ter pela frente três jogos fora. Dois deles (seguidos) em Moreira de Cónegos – o primeiro já hoje para a Taça da Liga e o segundo a 31 para o campeonato – e o último em Belém, no dérbi lisboeta com o Belenenses (dia 7).

O ciclo tende a piorar com a possível passagem às meias-finais das águias – o que é bastante provável. Dois dias após o embate de risco com o FC Porto, o Benfica volta a jogar na Luz, mas desta vez com o Zenit nos oitavos da Champions. Antes da segunda mão, em São Petersburgo, mais dois jogos de grau de dificuldade elevado: a visita à Mata Real (21 de fevereiro) e ao vizinho da Segunda Circular (6 de março) – jogo do título?

Com menos uma partida em casa do que os rivais leoninos, a ponta final do calendário apenas parece oferecer algumas contrariedades na deslocação a Vila do Conde (24 de Abril) e aos Barreiros (8 de Maio). A ver vamos se o Ferrari de Rui Vitória aguenta o andamento.

Fevereiro, um mês horribilis São apenas (ironia) 7 jogos em 29 dias. Um autêntico sufoco para o FC Porto no próximo mês. Depois do embate com o Feirense amanhã (Taça da Liga e da visita seguinte ao Estoril para a I Liga (30 de janeiro), a equipa de Peseiro dá o pontapé de saída para a fase decisiva da época. Começam por discutir a presença no Jamor com o Gil Vicente (3 de fevereiro), quatro dias depois enfrentam o Arouca e na semana seguinte procuram bater o maior rival no clássico da Luz.

Quatro dias depois, os dragões dão início ao primeiro confronto com o Dortmund na Liga Europa (18 e 25) e antes de acabarem o mês ainda se batem com o Belenenses no Restelo (28). Até maio, ainda há a registar as deslocações a Setúbal, Paços e Vila do Conde. Um calendário apertado como o nó da gravata de Peseiro.

Os dados estão lançados, assim como os jogos e o destino do futuro campeão.

hugo.alegre@ionline.pt