Presidenciais: tudo o que precisa de saber


Aproveitei o domingo para ver todos os debates presidenciais. Só vi agora por duas razões: a primeira, não queria ganhar vícios dos candidatos quando eu próprio estou na corrida para a liderança do PSD e consequente anexação do CDS/PP; a segunda, gosto de ver séries de enfiada.


Uma das minhas séries favoritas é “Game of Thrones”, o que significa jogo dos tronos. O que vi ontem tem aspetos que se assemelham. É difícil decorar os nomes de tantas personagens e o dr. Paulo Morais é claramente o Hodor, porque só conhece uma palavra: corrupção. No entanto, se o dr. Paulo Morais quer ser levado a sério quando fala de corrupção, não pode escolher aquele estilo capilar. Parece um pote invertido, revestido a pelagem de castor de meia-idade.

Ao contrário de “Game of Thrones”, esta série é mais previsível. Ter nove candidatos e um presidente na corrida à Presidência soa a aborrecido. Peço desculpa, nove, não: oito. O dr. MultiOpticas Jorge Sequeira não está a concorrer para Presidente da República: está a tentar ser o life-coach da República. Se o Facebook procriasse com o Instagram, teriam um dr. Jorginho Sequeirinha: concorda com tudo, discorda de tudo e cita frases que normalmente vemos grudadas a paisagens bonitas.

Permitam-me agora falar dos candidatos da esquerdalhada. Prometo ser breve, ainda não tomei o pequeno-almoço e não me apetece regurgitar.

A esquerda radical nomeou Edgar Silva. Um conselho grátis ao politburo do Seixal (pensem neste conselho como um subsídio, como tanto gostam): deixem de nomear camaradas e nacionalizem os DJ. Davam uma imagem mais moderna e o scratch permite repetir vezes sem conta factos inócuos. Se quiserem, posso falar com o meu amigo dr. Gustavo Santos e podemos fazer um programa especial do “Querido”: o “Querido Líder, Mudei a Cassete”.

A esquerda radical que andou no CES nomeou Marisa Matias. Um verdadeiro perigo. Mais uma senhora bonita na esquerda para nos encantar com a sua beleza e nos desviar do caminho justo da direita. Se a Marisa Matias, a Mariana Mortágua e a Catarina Martins existissem na Antiguidade, seriam as sereias que, com o seu canto, impediriam o dr. Ulisses de regressar a Ítaca para junto da sua casta esposa. Mas há esperança! Quem acredita naquela coisa de que os nomes significam coisas de personalidade – pessoalmente, não, apenas acredito em Deus e folhas de excel –, os nomes do meio desta bela senhora são Isabel dos Santos.

A esquerda totalitária está representada em Sampaio da Nóvoa. Os seus cartazes de campanha têm todos o acrónimo SNAP, o nome de uma banda que tem como maior hit o single “I’ve got the power”, como que a dizer “nem é preciso eleições porque o poder já cá canta”.

A esquerda que já foi mais ou menos nomeou mais ou menos Maria de Belém. Não foi feliz esta nomeação porque não pensou no eco. E o eco é do melhor humor natural que existe. Não podemos ter uma Presidente que se apresenta como “Olá, dr. rei de Espianha. Biem-vindio a Belém. Yo soy a Belém”. Era a chacota pura num palácio que pede a seriedade e circunspeção de um dr. Silva.

O meu Presidente, dr. Marcelo Rebelo de Sousa – sim, chamo Presidente porque não ando aqui para enganar ninguém e quero, acima de tudo, que esta crónica seja intemporal –, o Presidente dr. Marcelo optou por, em vez de entrar no jogo dos tronos, jogar ao macaquinho do chinês. É um jogo que consiste numa corrida invisível, como a dos mercados. Está um indivíduo na parede e uma série de jogadores ao longe cujo objetivo é chegar à parede. O indivíduo tapa os olhos e diz “1, 2, 3, macaquinho do chinês”. Os jogadores têm de correr e, assim que o indivíduo volte a olhar para eles, têm de parar e parecer uma estátua.

O Presidente dr. Marcelo consegue estar dos dois lados da barricada: faz de conta que está na corrida para chegar à parede, só se mostrando quando está em estátua; e é o indivíduo que diz “1, 2, 3, macaquinho do chinês! Ei, vocês os nove mexeram-se. Tudo para trás!
Ó Sequeira, pare de dizer que consegue cheirar as cores”.

O melhor comentador político da atualidade


Presidenciais: tudo o que precisa de saber


Aproveitei o domingo para ver todos os debates presidenciais. Só vi agora por duas razões: a primeira, não queria ganhar vícios dos candidatos quando eu próprio estou na corrida para a liderança do PSD e consequente anexação do CDS/PP; a segunda, gosto de ver séries de enfiada.


Uma das minhas séries favoritas é “Game of Thrones”, o que significa jogo dos tronos. O que vi ontem tem aspetos que se assemelham. É difícil decorar os nomes de tantas personagens e o dr. Paulo Morais é claramente o Hodor, porque só conhece uma palavra: corrupção. No entanto, se o dr. Paulo Morais quer ser levado a sério quando fala de corrupção, não pode escolher aquele estilo capilar. Parece um pote invertido, revestido a pelagem de castor de meia-idade.

Ao contrário de “Game of Thrones”, esta série é mais previsível. Ter nove candidatos e um presidente na corrida à Presidência soa a aborrecido. Peço desculpa, nove, não: oito. O dr. MultiOpticas Jorge Sequeira não está a concorrer para Presidente da República: está a tentar ser o life-coach da República. Se o Facebook procriasse com o Instagram, teriam um dr. Jorginho Sequeirinha: concorda com tudo, discorda de tudo e cita frases que normalmente vemos grudadas a paisagens bonitas.

Permitam-me agora falar dos candidatos da esquerdalhada. Prometo ser breve, ainda não tomei o pequeno-almoço e não me apetece regurgitar.

A esquerda radical nomeou Edgar Silva. Um conselho grátis ao politburo do Seixal (pensem neste conselho como um subsídio, como tanto gostam): deixem de nomear camaradas e nacionalizem os DJ. Davam uma imagem mais moderna e o scratch permite repetir vezes sem conta factos inócuos. Se quiserem, posso falar com o meu amigo dr. Gustavo Santos e podemos fazer um programa especial do “Querido”: o “Querido Líder, Mudei a Cassete”.

A esquerda radical que andou no CES nomeou Marisa Matias. Um verdadeiro perigo. Mais uma senhora bonita na esquerda para nos encantar com a sua beleza e nos desviar do caminho justo da direita. Se a Marisa Matias, a Mariana Mortágua e a Catarina Martins existissem na Antiguidade, seriam as sereias que, com o seu canto, impediriam o dr. Ulisses de regressar a Ítaca para junto da sua casta esposa. Mas há esperança! Quem acredita naquela coisa de que os nomes significam coisas de personalidade – pessoalmente, não, apenas acredito em Deus e folhas de excel –, os nomes do meio desta bela senhora são Isabel dos Santos.

A esquerda totalitária está representada em Sampaio da Nóvoa. Os seus cartazes de campanha têm todos o acrónimo SNAP, o nome de uma banda que tem como maior hit o single “I’ve got the power”, como que a dizer “nem é preciso eleições porque o poder já cá canta”.

A esquerda que já foi mais ou menos nomeou mais ou menos Maria de Belém. Não foi feliz esta nomeação porque não pensou no eco. E o eco é do melhor humor natural que existe. Não podemos ter uma Presidente que se apresenta como “Olá, dr. rei de Espianha. Biem-vindio a Belém. Yo soy a Belém”. Era a chacota pura num palácio que pede a seriedade e circunspeção de um dr. Silva.

O meu Presidente, dr. Marcelo Rebelo de Sousa – sim, chamo Presidente porque não ando aqui para enganar ninguém e quero, acima de tudo, que esta crónica seja intemporal –, o Presidente dr. Marcelo optou por, em vez de entrar no jogo dos tronos, jogar ao macaquinho do chinês. É um jogo que consiste numa corrida invisível, como a dos mercados. Está um indivíduo na parede e uma série de jogadores ao longe cujo objetivo é chegar à parede. O indivíduo tapa os olhos e diz “1, 2, 3, macaquinho do chinês”. Os jogadores têm de correr e, assim que o indivíduo volte a olhar para eles, têm de parar e parecer uma estátua.

O Presidente dr. Marcelo consegue estar dos dois lados da barricada: faz de conta que está na corrida para chegar à parede, só se mostrando quando está em estátua; e é o indivíduo que diz “1, 2, 3, macaquinho do chinês! Ei, vocês os nove mexeram-se. Tudo para trás!
Ó Sequeira, pare de dizer que consegue cheirar as cores”.

O melhor comentador político da atualidade