Isto porque o Banif, com uma rede de 150 balcões que servem 400 mil clientes, passa a “contribuir com cerca de seis mil milhões de euros em depósitos e 5.500 milhões de euros em créditos para a posição do Banco Santander Totta, elevando em 2,5% a quota de mercado do Santander Totta que assim passa a situar-se em 14,5%”, salienta a instituição financeira, em comunicado. Atrás ficarão o BPI e o Novo Banco.
Desafios continuam
A resolução do Banif não acabou com as fragilidades do setor bancário. Apesar de os resultados financeiros terem sido positivos este ano – os quatro maiores bancos, Caixa Geral de Depósitos, BPI, BCP e Santander Totta lucraram até setembro 603,6 milhões de euros – há pressão sobre as necessidades de capital dos maiores bancos privados. E, mesmo com lucros diários de 2,2 milhões de euros nestes grupo dos maiores bancos, o problema da rentabilidade vai continuar a existir no próximo ano.
Além disso, estão em curso vários planos de reestruturação dos bancos. No caso do BCP, tem em mãos um programa a levar a cabo até 2017, depois de ter recorrido à ajuda do Estado. Este plano prevê ainda a venda até 2017 da totalidade da participação financeira na Millennium Gestão de Ativos, bem como a carteira de crédito do BCP Bank & Trust e BCP Banque Privé.
No caso do Novo Banco, vai ser levado a cabo um plano de reestruturação imposto pela Comissão Europeia, depois de o banco liderado por Stock da Cunha ter chumbado nos testes de stresse do Banco Central Europeu e de necessitar de um reforço do capital valor de 1400 milhões de euros. Ainda ontem a Comissão Europeia anunciou que a venda do Novo Banco será retomada em janeiro.
Para já, o banco tem vindo a apontar para uma redução de cerca de mil trabalhadores. Em junho, o Novo Banco contava com 6 715 trabalhadores em Portugal e 812 nas unidades internacionais, contando ao todo com 7 527 funcionários. O objetivo de Eduardo Stock da Cunha é ter menos de seis mil trabalhadores no mercado português.
Quanto ao BPI, vai manter o esforço feito nos últimos anos para reduzir custos, encerrando balcões e diminuindo o número de funcionários. O número de colaboradores reduziu-se em 1 805 pessoas desde 2008 e as redes comerciais reduziram-se em 171 unidades.
Novas regras
Outra exigência, em 2016, será o cumprimento das regras de supervisão. Logo no início do ano vamos assistir a alterações às regras europeias de resolução bancária. Ao contrário do que acontece até aqui, os detentores de dívida sénior e depósitos acima de 100 mil euros passam a ser chamados a contribuir para compensar as perdas das instituições antes que qualquer dinheiro público seja usado. No caso do BES todos os depositantes, assim como a dívida sénior, ficaram de fora e transitaram, sem perdas, para o Novo Banco e no caso do Banif havia urgência em resolver todo este dossier até ao final do ano.