Na altura estes alívios parciais, mas sustentados e de acordo com as possibilidades tendo em consideração o crescimento da economia, eram alívios “de uma direita radical mais troikista que a troika”. PS-BE-PCP fartos do nosso “radicalismo” lá se entenderam e celebraram um acordo de esperança e de uma política patriótica de esquerda em que os cidadãos veriam, sem mais demoras, repostos os seus salários, as suas pensões e outros cortes pois, diziam, era pelo estímulo ao consumo que iríamos crescer. O “virar de página” como insistentemente repetem mas apenas para se convencerem a eles próprios de que verdadeiramente o é.
Claro que a realidade já começa a por em causa tudo isto. Mas que “virar de página” é este quando o maior aumento de pensões é de 2 euros? Que “virar de página” é este quando o aumento máximo do abono de família é de 5 euros? Que “virar de página” é este quando o alivio da CES aprovado é exatamente igual ao proposto, e duramente criticado, pelo anterior governo? Não é nenhum. Não há “virar de página” nenhum. Tudo o que se fizer é porque as medidas que levaram ao crescimento económico o permitem. E se há crescimento e possibilidades de alívio às famílias é porque se trabalhou, com sacrifício, para isso. Éramos mesmo nós radicais?