Sporting e Belenenses. Quem se sente com pedalada para acompanhar Braga e Porto?

Sporting e Belenenses. Quem se sente com pedalada para acompanhar Braga e Porto?


Na última jornada, só resta definir a sorte dos dois lisboetas, um em casa, outro em Florença: ou adeus à Europa ou olá 16 avos.


Isto tem muito que se lhe diga. Isto das competições europeias. A semana abre bem, com Liga dos Campeões à terça. Um dia depois, mais Liga dos Campeões. Ou seja, uma entrada saborosa e um prato principal requintado. Agora a sobremesa. Pois é, é aqui que a porca torce o rabo. A sobremesa chama-se Liga Europa e é de um pobreza franciscana, entre equipas sem estilo nem gabarito, algumas delas recém-despromovidas do play-off da Liga dos Campeões. Entre elas, o Sporting.

Fiel guardião do bom nome do futebol português na Europa, já presente em 19 finais, o leão tanto ruge com vontade como sai de fininho na selva da Liga Europa. O arranque é o menos prometedor possível, com aquele 3-1 do Lokomotiv Moscovo em pleno_Alvalade. Segue-se o 1-1 em Istambul. Menos mal, vá. Na dupla jornada com o Skënderbeu, há o sonho mais que legítimo de encher a baliza deles de golos. Aqui, sim (5-1). E lá? Pfffff.

Três-secos num dos mais humilhantes (e improváveis) resultados de sempre. A visita a Moscovo reveste-se assim de uma importância capital. E o que faz o leão? Ruge tão alto, tão alto, tão alto, tão alto que nem se ouve a locomotiva a passar._E olhe lá que eles, os “maus”, abrem e fixam o resultado. Pelo meio, o show de Montero (um golo e duas assistências, todos por debaixo das pernas do guarda-redes) e ainda a delicatessen de Bryan Ruiz.

Chegados a este ponto, habemus Sporting na discussão pelo apuramento para os 16 avos. Não é de todo um objectivo de início de época (esse é o de entrar na fase de grupos da Liga dos Campeões),_Jesus confirma-o em absoluto em todas as cinco conferências de imprensa antes de cada um dos jogos. Menos este, com o Besiktas, em que só a vitória alarga horizontes (europeus).

Como estamos nesse campo: Sporting vs. turcos em Alvalade? É uma faca de dois legumes, como diria o outro. Há uma alegria (2-0 ao Kocaelispor em 1993) e há uma desastre (3-0 do Gençlerbirligi em 2003). Como desempatar? Tem o Sporting a palavra – e o Besiktas idem.

A 2.236 quilómetros de Lisboa, está uma cidade belíssima chamada Florença, onde mora a equipa sensação da liga italiana treinada por um português. É a Fiorentina de Paulo_Sousa. Um empate basta-lhe para o apuramento. Dito assim, é motivo de regozijo. O problema é que o empate não serve ao outro, ao Belenenses de Sá Pinto. A este, só a vitória dá direito a festa. E, atenção, não é inédito uma equipa nacional ganhar em Florença, basta lembrar Edgar no 1-0 insuficiente do Benfica nos quartos da Taça das Taças 96-97.

Se tanto Sporting como Belenenses ganham, juntam-se ao Braga. E ainda ao Porto.

rui.tovar@ionline.pt