O clima e o medo


As alterações climáticas têm sido apontadas como um dos maiores riscos para o futuro da humanidade. Algo para que é preciso alertar as populações de forma a que alterem os seus comportamentos, sob pena do planeta Terra ser destruído


Não tendo habilitações para discutir o fenómeno detenho apenas o conhecimento dos vários acontecimentos históricos, acessíveis a quem os queira conhecer, e que nos contam que o clima, ao contrário de permanente, tem mudado ao longo dos séculos. Só no último milénio, quer o arrefecimento, quer o aquecimento global da Terra, coincidiram com a Peste Negra, a expansão portuguesa, o Renascimento e outros fenómenos. Isto, apenas na Europa, onde períodos de seca foram seguidos doutros chuvosos.

Também não vou questionar a intervenção do homem. Desconheço, como a maioria de nós o desconhece e, sejamos sinceros, as últimas polémicas sobre a actuação de certos investigadores nesta matéria, torna a sua imparcialidade duvidosa. Cinjo-me apenas aos fins visados com a forma como a questão tem sido colocada: o que pretendem os governos quando alertam para o fim do mundo, como fizeram em Paris?

Antes de mais, incutir o receio perante o desconhecido; o medo do futuro. Porque será esse  temor, essa apreensão, que lhes colocará mais poder na mãos. No passado, as massas queimavam pessoas acusadas de bruxaria. Agora, pretende-se que deleguem nos governos a decisão do tempo que as torneiras podem estar ligadas. Porque o medo, o medo suporta tudo.

Advogado. Escreve à quinta-feira


O clima e o medo


As alterações climáticas têm sido apontadas como um dos maiores riscos para o futuro da humanidade. Algo para que é preciso alertar as populações de forma a que alterem os seus comportamentos, sob pena do planeta Terra ser destruído


Não tendo habilitações para discutir o fenómeno detenho apenas o conhecimento dos vários acontecimentos históricos, acessíveis a quem os queira conhecer, e que nos contam que o clima, ao contrário de permanente, tem mudado ao longo dos séculos. Só no último milénio, quer o arrefecimento, quer o aquecimento global da Terra, coincidiram com a Peste Negra, a expansão portuguesa, o Renascimento e outros fenómenos. Isto, apenas na Europa, onde períodos de seca foram seguidos doutros chuvosos.

Também não vou questionar a intervenção do homem. Desconheço, como a maioria de nós o desconhece e, sejamos sinceros, as últimas polémicas sobre a actuação de certos investigadores nesta matéria, torna a sua imparcialidade duvidosa. Cinjo-me apenas aos fins visados com a forma como a questão tem sido colocada: o que pretendem os governos quando alertam para o fim do mundo, como fizeram em Paris?

Antes de mais, incutir o receio perante o desconhecido; o medo do futuro. Porque será esse  temor, essa apreensão, que lhes colocará mais poder na mãos. No passado, as massas queimavam pessoas acusadas de bruxaria. Agora, pretende-se que deleguem nos governos a decisão do tempo que as torneiras podem estar ligadas. Porque o medo, o medo suporta tudo.

Advogado. Escreve à quinta-feira