Marcelo. “Estou convencido de que vou ganhar logo na primeira volta”

Marcelo. “Estou convencido de que vou ganhar logo na primeira volta”


“Estou convencido de que vou ganhar logo na primeira volta, mas, se não ganhar, tenho a certeza de que vencerei na segunda volta”, disse esta noite Marcelo rebelo de Sousa, em entrevista à SIC


O candidato às eleições presidenciais de 24 de janeiro escusou-se, por outro lado, a esclarecer se, no caso de ser eleito, pretende fazer um segundo mandato: “Eu defendo que o Presidente da República devia ter um mandato mais longo. Neste quadro, deixo para depois uma decisão quanto a isso”.

Quanto ao papel do futuro Presidente, defendeu que “a primeira questão fundamental é preparar e prevenir crises”: “Não podemos regressar a governos de oito meses. Há neste momento muita emoção e irracionalidade, o que obriga o Presidente a ter um papel ainda mais importante, para que não haja crises políticas sucessivas”.

E se houver mesmo uma crise, o que fará o Presidente Marcelo? “O que eu desejaria é que não houvesse crises, mas se vier a ocorrer uma crise julgarei caso acaso”, respondeu, acrescentando que espera chegar a Belém, em março, já com o Orçamento do Estado aprovado e isto “pelo interesse dos portugueses”.

Marcelo prometeu, por outro lado, que, se for eleito, nem o Governo de António Costa nem os restantes partidos com assento parlamentar terão descanso: “Como Presidente, dia a dia, acompanharei a solidez do Governo. O próximo Presidente vai ter de estar permanentemente em contacto com os membros do Governo e da oposição”. Mais: “O Presidente é uma parte fundamental que deve envolver-se ativamente (correndo o risco de ser hiperativo…), embora discretamente, no contributo para que os problemas do país possam ter resposta”.

‘Nunca andei no barco de Salgado e paguei sempre as minhas contas’

Na parte final da entrevista, Marcelo assumiu a amizade com o antigo presidente do BES. “Sim, continuo amigo. É muito raro ter cortes de relações com os amigos e a amizade não tem nada que ver com dependência. Nunca trabalhei para ele, ou para o BES, e fui das poucas pessoas que atacaram Salgado”, salientou.

Recordou de seguida episódios de quando foi vereador na Câmara de Lisboa, no início dos anos 90, e pronunciou-se contra um empreendimento do Grupo Espírito Santo, e depois quando foi líder do PSD e questionou a excessiva proximidade do poder político e económico durante o Governo de António Guterres. “Quando ninguém abriu a boca para atacar Ricardo Salgado, eu ataquei”, salientou, acrescentando: “Nunca andei no barco dele, ao contrário do que dizem por aí, e paguei sempre as minhas contas”.

E Marcelo acredita na inocência do amigo banqueiro? “Até uma sentença transitada em julgado , toda a gente é inocente. A justiça deve ser exemplar e rápida, igual para todos”.

paula.azevedo@sol.pt