Sporting. Uma alegria só, as voltas que a vida da Volta dá

Sporting. Uma alegria só, as voltas que a vida da Volta dá


Confirmado o regresso do Sporting para esta época, colado à W52, vencedora da última Volta a título individual (Gustavo Veloso) e colectivo. Na história, oSporting tem oito amarelas, só duas em anos de títulos de campeão no futebol.


Tãtãtãtãããããã tãtãtãtãtã tãtãtãrã. Isso mesmo. Ding ding ding, certíssimo. É a música do nosso contentamento, a da Volta a Portugal.Ainda faltam oito meses para a 78.ª edição. Mete-se agora o Natal, depois o Ano Novo, a seguir o Dia de Reis, o Carnaval, a Páscoa, as férias grandes (Euro mais Jogos Olímpicos) e só então a Volta a Portugal. Aí será eeep eeep uraaaay.

Para uns, alegria. Para outros, alergia. É incrível como a aparente inofensiva troca de letras produz este efeito. Se o “g” anteceder ao “r”, é um sorriso. Se o “g” suceder ao “r”, é um problema. Para uns, a Volta é uma seca. Para outros, uma tentação.Seja como for, o facto é este: a Volta a Portugal começa em 1927. Ou seja, oito anos antes dos doutores da bola aventurarem-se na organização de um campeonato nacional de futebol. Não há como dar a volta: a Volta é o primeiro grande acontecimento à escala nacional e merece toda a atenção. Mais ainda em 2016.

Então? Entre as equipas participantes, uma delas leva o nome Sporting Clube de Portugal. É a da W52, curiosamente (ou não) a vencedora por equipas de 2015. O seu chefe de fila é o espanhol Gustavo Veloso, camisola amarela há um ano – e também há dois. O Sporting associa-se aos campeões. E agora? É esperar para ver.

Oito

Na história da Volta, o Sporting é uma espécie de terceiro grande (igual ao futebol) graças aos oito títulos contra os nove do Benfica e os 13 do Porto. Desses oito, só dois combinam com o título de campeão nacional no futebol. O de 1941 (Francisco Inácio) e o de 1970 (Joaquim Agostinho). De resto, é um desencontro total entre José Albuquerque 1940, João Roque 1963, JoaquimAgostinho 1971, JoaquimAgostinho 1972, MarcoChagas 1985 e Marco Chagas 1986.

Xiiiiiiii, 1986. É o ano do 7-1. É também o da última alegria (sportinguista, claro) na Volta. Daí em diante, é uma alergia total. Nesse ano, MarcoChagas ganha quatro etapas (Bombarral-Grândola, Tavira-Faro, Manteigas-Seia mais Seia-Gouveia) e arrebata a amarela d’O Jogo, com 15 segundos de avanço sobre Benedito Ferreira (Torreense-Sicasal).

Um ano antes, o mesmo MarcoChagas é superior aos demais, “só” com três vitórias nas etapas Tavira-Faro (1.ª), Macedo de Cavaleiros-Bragança (9.ª) e Leça-Matosinhos (13.ª). Acaba a Volta em 51 horas, 47 minutos e 26 segundos – menos 55 que Eduardo Correia, também da Sporting-Raposeira – um dos melhores sponsors da história da Volta.

Antes do bis de Chagas, o tri de você-sabe-muito-bem-quem. Anos 70, puro e duro. No tempo em que as chegadas à pista de tartan do José Alvalade valem o estádio cheio, um homem está mais à frente de outros os tempos. É ele JoaquimAgostinho, óbvio. Na Volta-1971, ganha sete das 16 etapas e dá uma cabazada à concorrência. O francês Alain Santy fica a nove minutos, Firmino Bernardino a 11.Como se isso da amarela fosse pouco, Agostinho veste ainda a dos pontos e a da montanha. Genial.

Antes do bi-tri (Chagas-Agostinho), há João Roque, o tal Francisco Inácio e o primeiro de todos. Um tal José Albuquerque, sobejamente conhecido como Faísca. Tem dois furos, um no Ferreira do Alentejo mais outro em Lamego, e safa-se com uma categoria assinalável nas etapas Castelo Branco-Guarda e Porto-Espinho (contrarrelógio).Ajuda assim oSporting a superar o Benfica na classificação por equipas. Um pouco à imagem de 1933, ano em que oSporting vence a primeira Volta no colectivo (à frente do Benfica). Faltam outros nomes claro: João Lourenço, 22 etapas na Volta,Leonel Miranda 21, Américo Raposo 14, Alfredo Trindade 12,Emiliano Dionísio 11, só para citar aqueles com mais de 10. Fecha-se aqui a loja e espera-se por Agosto.