Paris é por estes dias o sítio mais badalado do planeta. Os atentados do passado dia 13 de Novembro, e toda a ameaça terrorista que paira sobre a capital francesa, não vão impedir a realização da vigésima primeira cimeira do clima, mas obrigaram a aumentar as quetões de segurança. Por isso, a marcha pelas alterações climáticas protagonizada por organizações e associações ambientalistas de todo o mundo e que iria decorrer no primeiro dia do evento, foi proibida pelo governo francês. Tratar-se-ia do ponto alto de uma série de manifestações semelhantes em vários pontos do mundo para alertar para a necessidade de compromissos imediatos na luta contra as alterações climáticas.
Mas e se em vez de pessoas, lá estivessem sapatos? É isso que vai fazer uma das organizações que iria desfilar na marcha global pelo clima, a Avaaz. A iniciativa, marcada para o meio dia do próximo domingo, pretende cobrir toda a praça e as ruas adjacentes, "até perder de vista, com sapatos que representarão os pés de quem lá deveria estar a marchar. A organização diz que vão ser centenas ou milhares de “sapatos marchantes”! – um par por cada um dos participantes que tinham manifestado intenção em lá estar.
"Podemos não ser capazes de marchar, mas este ato simbólico maciço pode mostrar como muitos cidadãos de todo o mundo estão de pé, juntos por tudo o que amamos", informa a Avaaz.
Para a organização, esta é uma maneira de dizer que "o terror não vai e não pode silenciar o nosso sonho colectivo de um futuro 100% limpo, 100% unido 100% limpo para nós, para os nossos filhos e o nosso planeta".
Os pares de sapatos, com um nome, uma decoração e com uma mensagem de esperança "para o nosso futuro ou algo que nos inspire", vão ser recolhidos até este domingo e serão depois doados a organizações não governamentais francesas que os distribuirão.
A iniciativa está a ser bem vista por outras organizações que participariam na grande marcha parisiense. É, por isso, expectável que a Praça da República se encha, literalmente, de "sapatos marchantes".