Astana fugiu cedo mas foi apanhado antes da meta

Astana fugiu cedo mas foi apanhado antes da meta


Águias empatam, depois de estarem a perder 2-0 aos 31 minutos, e garantem qualificação para oitavos.


Astana, capital do Cazaquistão e nome da conhecida equipa de ciclismo. No futebol, a cidade do Leste europeu é um pequeníssimo ponto no mapa. Um pequeníssimo ponto que tentou agigantar-se perante um histórico. Mas o Astana futebolístico pensou como um ciclista que quer apenas uns minutos de fama: sprintou para uma fuga nos primeiros quilómetros mas facilmente foi apanhado antes da meta. A equipa cazaque esteve em alta rotação até as pernas aguentarem e chegou a ter dois golos de vantagem. Aos 31 minutos as águias perdiam por 2-0 e pareciam não ter ideias para muito mais. Felizmente para Rui Vitória que Jiménez apareceu finalmente, com um bis que valeu o empate (2-2) e um importante ponto para garantir o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

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O Benfica queria afastar definitivamente da memória a derrota em Alvalade e para isso precisava de um resultado que lhe permitisse assegurar a qualificação antes da última jornada da fase de grupos, quando receberá o Atlético na Luz. Só que as águias pareceram surpreendidas com a entrada a todo o gás do Astana, estreante na competição. Os cazaques corriam para trás e para a frente, pressionando em todo o campo e dificultando que o adversário, mais tecnicista, pudesse desenvolver o seu jogo. Ainda o Benfica não tinha criado um lance de golo, já o Astana vencia por 1-0. Sílvio e Eliseu repartem as culpas no lance.

O Benfica não reagiu. Mantinha-se apático, como se o frio lhe estivesse a congelar as ideias. Mas o frio era só no exterior; na Astana Arena (coberta), os 15ºC não davam azo a desculpas. Pouco mais de 10 minutos depois, as águias voltam a sofrer um golo de cabeça, desta vez na sequência de um livre. Com 2-0, temia-se que a equipa de Rui Vitória quebrasse psicologicamente e não tivesse engenho para dar a volta à situação.

O técnico tinha apostado em Renato Sanches, que se estreou a titular na equipa principal, e Pizzi voltou a surgir no onze, assim como Raúl Jiménez. O mexicano demorou a justificar porque razão estava ele em campo e não Mitroglou, enquanto Pizzi foi de longe o elemento mais produtivo ao longo dos 90 minutos.

Mas, até aos 2-0, a pressão e a velocidade do Astana mandaram no jogo. Foi nesta altura que o Benfica começou a dar sinais de vida. Jonas ofereceu o golo a Jiménez – que belo cabeceamento! – ainda antes do intervalo e, repentinamente, tudo parecia possível. O mexicano marcava três meses depois do primeiro (e único) tento com a camisola encarnada, a 29 de Agosto.

Fadiga extrema O futebol do Astana não mudava. A equipa de Stoilov optava por passes longos para as costas dos laterais encarnados e as suas rápidas saídas em contra-ataque criavam dificuldades à defesa do Benfica. Mas as pernas começaram a soçobrar de tanto esforço e adivinhava-se que os lisboetas iriam sair por cima na última fase do encontro. Embora sem criar nenhuma oportunidade clara, o Benfica lá chegou ao empate. Jiménez foi o herói que impediu Rui Vitória de ter de justificar a sétima derrota da temporada. A partir daqui o Astana quebrou ainda mais. Deixou de pressionar no meio campo adversário e acabou o jogo em claras dificuldades físicas. O Benfica também não quis arriscar demasiado, pois o empate deixava praticamente o objectivo garantido (o Atlético-Galatasaray só se realizava algumas horas depois).

O Astana foi eliminado mas provou ser um adversário complicado; ninguém derrotou os cazaques no seu recinto. Nada mau para um estreante. Quanto ao Benfica, regressa a casa com um sorriso (o Atlético venceu o Galatasaray por 2-0) mas sem tempo para descansar: segue-se o jogo com o Sp. Braga, na segunda-feira. Renato Sanches demonstrou que será opção para o encontro no Minho (Samaris está castigado), assim como Pizzi, que a jogar assim “obriga” Rui Vitória a tê-lo no onze. A Pedreira será uma prova de fogo ainda maior: o Benfica está proibido de perder mais pontos.