Síria. Rússia rejeita exigir saída de Assad para fazer união contra terrorismo. Obama desconfia

Síria. Rússia rejeita exigir saída de Assad para fazer união contra terrorismo. Obama desconfia


Barack Obama, por seu turno, considerou que a estratégia russa na Síria esconde uma “armadilha” por Moscovo.


O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, considerou hoje inaceitável exigir-se a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad, como “condição prévia a qualquer união contra o terrorismo” depois do que se passou em Paris com os atentados.

“Espero que haja uma mudança de posição de outros parceiros ocidentais, como houve, infelizmente devido a terríveis atos terroristas, dos nossos colegas ocidentais”, declarou Lavrov numa conferência de imprensa, numa referência aos ataques na capital francesa na sexta-feira que causaram pelo menos 129 mortos.

“É preciso abandonar a ideia de que uma verdadeira luta contra a organização Estado Islâmico (EI) e semelhantes só pode ocorrer quando estiver decidido o destino de Bashar al-Assad”, afirmou, no final de um encontro com o seu homólogo libanês, Gebran Bassil.

Lavrov insistiu ser “inaceitável por condições prévias a qualquer união contra o terrorismo”.

Após os atentados em França, os Estados Unidos e a Rússia começaram a aproximar posições sobre o dossier sírio e decidiram com os seus parceiros do G20 reforçar a cooperação contra a ameaça ‘jihadista’.

Mas, segundo Lavrov, os norte-americanos continuam a “promover com energia” a saída de Assad antes de qualquer união contra o terrorismo.

Moscovo e Washington divergem desde o início do conflito sobre o destino do presidente sírio: o presidente russo indicou na semana passada que não se sentia com o direito de pedir a Bashar al-Assad para abandonar o poder, enquanto os Estados Unidos exigem a sua partida.

O presidente norte-americano, Barack Obama, por seu turno, considerou hoje que a estratégia russa na Síria esconde uma “armadilha” por Moscovo “continuar interessado em que Assad continue no poder”.

A Rússia comunicou na terça-feira que a queda de um avião comercial russo a 31 de Outubro no Sinai, que causou 224 mortos, se devia a um atentado, reivindicado pelo EI e o presidente Vladimir Putin anunciou uma intensificação dos ataques aéreos na Síria, tendo decretado a criação de uma comissão para combater o financiamento do terrorismo.

Lusa