Género, saúde, qualidade de vida…


Sabemos, através dos dados relativos ao Inquérito Nacional de Saúde – 2014, recentemente divulgados pelo INE, que a população feminina é mais afectada pela maioria das patologias ali observadas. Esta informação sugere que, apesar de as mulheres viverem mais anos que os homens, o seu estado de saúde tende a condicionar a qualidade dessa longevidade…


Sabemos, através dos dados relativos ao Inquérito Nacional de Saúde – 2014, recentemente divulgados pelo INE, que a população feminina é mais afectada pela maioria das patologias ali observadas. Esta informação sugere que, apesar de as mulheres viverem mais anos que os homens, o seu estado de saúde tende a condicionar a qualidade dessa longevidade (situação claramente agravada pelas reduzidas prestações sociais). No entanto, nunca se falou tanto de “envelhecimento activo”. No plano político europeu, o tema ganhou relevância com a tónica no prolongamento da vida activa e no adiamento da idade de reforma, assumindo uma orientação instrumental no quadro das pressões de ordem financeira. Distante permanece a visão original desse conceito, proposta pela Organização Mundial da Saúde, à luz da qual o envelhecimento activo compreenderia o processo de optimização de oportunidades nos domínios da saúde, da participação e da segurança, com o objectivo de prolongar a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem (formulação apresentada no contexto da Segunda Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento, em Madrid, 2002). O prolongamento da vida activa acarreta outros novos desafios e tensões na vida de muitas mulheres, cujo quotidiano se reparte pelo cumprimento de responsabilidades várias tanto na esfera laboral como no contexto familiar – domínio onde são as principais prestadoras de cuidados a elementos progenitores e/ou a crianças mais pequenas, netos e netas. Não há dúvida: as políticas carecem ainda da integração de uma abordagem de género.

Professora no Instituto Superior de Economia e Gestão – U. Lisboa 

Escreve à quarta-feira

Género, saúde, qualidade de vida…


Sabemos, através dos dados relativos ao Inquérito Nacional de Saúde – 2014, recentemente divulgados pelo INE, que a população feminina é mais afectada pela maioria das patologias ali observadas. Esta informação sugere que, apesar de as mulheres viverem mais anos que os homens, o seu estado de saúde tende a condicionar a qualidade dessa longevidade…


Sabemos, através dos dados relativos ao Inquérito Nacional de Saúde – 2014, recentemente divulgados pelo INE, que a população feminina é mais afectada pela maioria das patologias ali observadas. Esta informação sugere que, apesar de as mulheres viverem mais anos que os homens, o seu estado de saúde tende a condicionar a qualidade dessa longevidade (situação claramente agravada pelas reduzidas prestações sociais). No entanto, nunca se falou tanto de “envelhecimento activo”. No plano político europeu, o tema ganhou relevância com a tónica no prolongamento da vida activa e no adiamento da idade de reforma, assumindo uma orientação instrumental no quadro das pressões de ordem financeira. Distante permanece a visão original desse conceito, proposta pela Organização Mundial da Saúde, à luz da qual o envelhecimento activo compreenderia o processo de optimização de oportunidades nos domínios da saúde, da participação e da segurança, com o objectivo de prolongar a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem (formulação apresentada no contexto da Segunda Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento, em Madrid, 2002). O prolongamento da vida activa acarreta outros novos desafios e tensões na vida de muitas mulheres, cujo quotidiano se reparte pelo cumprimento de responsabilidades várias tanto na esfera laboral como no contexto familiar – domínio onde são as principais prestadoras de cuidados a elementos progenitores e/ou a crianças mais pequenas, netos e netas. Não há dúvida: as políticas carecem ainda da integração de uma abordagem de género.

Professora no Instituto Superior de Economia e Gestão – U. Lisboa 

Escreve à quarta-feira