Atentados em Paris. Procurador confirma que operação visou deter “cérebro” de ataques

Atentados em Paris. Procurador confirma que operação visou deter “cérebro” de ataques


O procurador de Paris confirmou hoje que a operação policial em Saint Denis visava capturar o presumível “cérebro” dos atentados de sexta-feira em Paris, mas que não foi possível confirmar se Abdelhamid Abaooud se encontrava no apartamento.


François Molins falava aos jornalistas em Saint Denis ao lado do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que confirmou a morte de dois presumíveis terroristas e a detenção de sete pessoas naquele subúrbio a norte de Paris.

Segundo Molins, elementos do inquérito em curso, obtidos através de escutas, vigilância e testemunhos, “faziam crer” que Abdelhamid Abaooud estava no apartamento visado pelas forças especiais.

As autoridades não puderam ainda verificar, no entanto, se Abaooud estava entre os mortos ou detidos na operação, cujas identidades ainda estão a ser determinadas, explicou.

Cazeneuve e Molins deslocaram-se a Saint Denis no final da operação policial iniciada às 04:20 locais (03:20 TMG em Lisboa) e que se prolongou por cerca de sete horas.

O procurador precisou que três pessoas foram detidas num primeiro momento dentro do apartamento, depois outras duas que estavam “escondidas entre entulho” e, num terceiro momento, outras duas que se encontravam nas imediações do edifício, presumivelmente o dono do apartamento e “um conhecido” seu.

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Os mortos são “uma mulher jovem” que se fez explodir accionando explosivos que levava no corpo e um outro "terrorista", atingido a tiro pela polícia.

O ministro disse que participaram na operação 110 agentes das unidades policiais de elite RAID e BRI, alvo de disparos durante várias horas.

Cazeneuve agradeceu aos polícias por terem “suportado o fogo em condições nunca encontradas até agora” e destacou “o sangue frio dos habitantes de Saint Denis que respeitaram as instruções e contribuíram para o êxito da operação”.

Lusa