Jon Walters é o novo herói nacional na República da Irlanda. Ao mesmo tempo que protagonizava uma noite de sonho em Dublin, ao bisar na vitória irlandesa por 2-0, o avançado de 32 anos passava também a ser o inimigo público n.º1 da Bósnia. Depois de ter concentrado o ódio em Ronaldo durante os play-off de apuramento para o Mundial-2010 e o Euro-2012, a Bósnia esteve aquém do esperado e não se livrou de cair pela terceira vez nesta fase.
O triunfo da Irlanda no jogo da segunda mão (depois do empate 1-1 na Bósnia) coloca-a na fase final de um Europeu pela quarta vez na sua história, depois de 1964, 1988 e 2012. A equipa de Martin O’Neill estará no Euro-2016 em França; os bósnios voltam a morrer na praia e ainda não é desta que conseguem a estreia na fase decisiva da maior competição de selecções do Velho Continente.
A Irlanda foi a melhor equipa durante os 90 minutos e mereceu festejar o tão desejado apuramento. Oprimeiro golo surgiu aos 24 minutos, de penálti. Um lance polémico, com a bola a bater na mão de um defesa bósnio na grande área – lembra-se da mão de Henry que apurou a França para o Mundial-2010, deixando a Irlanda em casa (a federação irlandesa acabou por receber mais de cinco milhões de euros da FIFA para não avançar com um processo legal)?
Talvez por receio de nova polémica com a Irlanda, o árbitro nem pestanejou e apontou para a marca de grande penalidade. Walters foi exímio a bater Begovic, actual guarda-redes do Chelsea, com quem partilhou o balneário durante cinco épocas no Stoke City. O avançado irlandês, que tinha falhado a primeira mão por castigo, fez o 2-0 aos 70’, num remate colocado ao segundo poste. A Irlanda agradeceu e entrou em modo de festa.
Hoje realizam-se os últimos jogos do play-off para o Euro-2016, com o Eslovénia-Ucrânia e o Dinamarca-Suécia.