“O Presidente da República, neste momento, está a ser força de bloqueio igual à que criticava quando era primeiro-ministro”, declarou Rodrigo Trancoso, numa intervenção no plenário no parlamento madeirense, que coincide com o segundo dia da visita de Cavaco Silva à região no âmbito da 7.ª jornada do Roteiro para a Economia Dinâmica.
Na opinião do parlamentar bloquista insular, “o Presidente da República é uma nódoa e uma mancha na democracia da Região”, e faz da Madeira “fonte termal" onde "se refugia em tempos de crise, confusão e crispação”.
O deputado do BE-M recordou que a primeira visita do Presidente da República a este arquipélago aconteceu também por ocasião de uma crise provocada pela “demissão irrevogável” de Paulo Portas.
Rodrigo Trancoso considerou que, afinal, “este cenário não foi previsto pelo PR” e que, para o chefe de Estado, “as maiorias parlamentares e a estabilidade só são válidas se forem da área política de que é oriundo”.
Também sustentou que “não se compreende a pertinência” desta visita que Cavaco Silva efetua à Madeira, “quando se exigia uma ação célere e rápida para resolver esta crise política”, optando o PR por “perder tempo com supostas entidades que não representam os eleitores".
No entender de Rodrigo Trancoso, corroborando as opiniões de outros deputados da oposição na ALM, o Presidente da República ainda evidencia “desrespeito pelo principal órgão de governo próprio da região”, pois não incluiu no programa da sua visita a este arquipélago a participação numa sessão parlamentar solene e apenas vai marcar presença num ‘Madeira de Honra’ nos corredores do edifico.
O líder parlamentar do PS-M, Jaime Leandro, corroborou esta posição, afirmando que “quando o país está a arder, o Presidente da República tende a fugir para a Madeira”, acrescentando não ser compreensível o “‘timing’ desta visita quando é urgente resolver o problema” da situação política do país”.
Avelino Conceição (PS-M) ainda argumentou que Cavaco Silva “vem fazer uma visita a tudo o que é grande [empresas de sucesso na Madeira], mas esqueceu-se que a região tem o maior desemprego de Portugal” e “tem vergonha da Assembleia Legislativa”.
Os deputados da Assembleia Legislativa da Madeira cumpriram um minuto de silêncio em memória das vítimas dos atentados de Paris, na sexta-feira.
Lusa