A selecção da Bósnia e Herzegovina não tem tradição e o processo de construção de um grupo com qualidade foi longo. A primeira campanha de apuramento para uma fase final chegou para o Mundial 1998 mas sair do sexto e último pote não ajudou. No primeiro grupo só ficou à frente da Eslovénia, terminando atrás da Dinamarca, da Croácia e da Grécia. Mas a selecção não desistiu e continuou a evoluir a partir da estreia (0-3) em Kalamata com a selecção helénica. De um grupo em que havia três estrelas (Mehmed Kodro, Elvir Bolic e Elvir Baljic) passou para uma equipa sólida, com a tradicional supremacia das mais-valias ofensivas, com o cargo de adjunto ocupado por Elvir Baljic.
Foi preciso esperar 15 anos e recuperar de várias desilusões, com um selo lusitano muito vincado. Para o Mundial 2010 ficou no segundo lugar do grupo e teve a oportunidade de fazer história no play-off. Contra Portugal, os golos de Bruno Alves e Raul Meireles decidiram ambos os jogos por 1-0. Dois anos depois, mais do mesmo. Segundo lugar e Portugal como adversário. Ao 0-0 em casa seguiu–se uma goleada sofrida na Luz (2-6) e o adeus ao Euro 2012.
À terceira foi de vez, mas não no play-off. A lição tinha sido aprendida e era preciso ganhar desde o início para que não fosse precisa a repescagem. O começo foi arrasador, com 8-1 no Liechtenstein e4-1 à Letónia. Dois pontos voaram na Grécia, mas o caminho dos triunfos voltou com 3-0 à Lituânia, 3-1 à Grécia e 5-0 na Letónia. A derrota caseira com a Eslováquia(0-1)afectou as contas mas tudo continuou a depender dos bósnios. À entrada para a última jornada, depois de mais duas vitórias, era preciso vencer na Lituânia a 15 de Outubro de 2013 para superar a Grécia na luta pelo primeiro lugar. Edin Dzeko pode ter sido o melhor marcador (dez golos), mas o tento mais importante foi festejado primeiro por Ibisevic – e depois por 3,8 milhões de pessoas. Ali, naquele momento, a Bósnia e Herzegovina tinha assegurado o melhor momento da sua história no futebol: a presença no Mundial 2014. Oito meses depois, a altura chegou. No Maracanã, os bósnios podem ter perdido para a Argentina, mas fez-se história novamente. E Ibisevic, quem mais, voltou a marcar (1-2).
Squadra surpreendida Ray Houghton é um antigo internacional irlandês nascido em Glasgow (Escócia) que começou a carreira no West Ham (Inglaterra). Duas vezes campeão pelo Liverpool, o médio nunca foi muito goleador. Mas esteve em alguns dos golos mais importantes da Irlanda em grandes provas.
Na primeira fase final, no Euro 1988, marcou aos seis minutos no 1-0 à rival Inglaterra. Dois anos depois, no Mundial, marcou um dos penáltis com que a selecção eliminou a Roménia no desempate nos oitavos-de-final. Mas o mais memorável foi em 1994, no estádio dos Giants, emNova Iorque. Frente à Itália, selecção que tinha eliminado a Irlanda em 1990 nos quartos-de-final, Houghton fez um chapéu a Pagliuca aos 11 minutos, impondo a única derrota dos transalpinos no tempo regulamentar desse Mundial.
Foi a única boa memória dos irlandeses em 1994. Depois disso, 1-2 contra o México, 0-0 com a Noruega e 0-2 com a Holanda nos oitavos-de-final.
Bósnia-Irlanda, 19h45, Sport TV1