Brooklyn Nets. Eles até podiam… mas não querem

Brooklyn Nets. Eles até podiam… mas não querem


Equipa é das mais fracas mas director-geral diz que há uma hipótese de chegar aos playoffs. Não querem é hipotecar futuro (que parece negro).


Os adeptos dos Celtics são de duas equipas esta temporada: a escolha natural de Boston e toda aquela que em determinada noite estiver a defrontar os Brooklyn Nets. Não é uma questão de filosofia “anti”, apenas uma dinâmica inversamente proporcional garantida à partida: quanto piores foram as três próximas épocas de Brooklyn, melhor para Boston, que ficou nesta posição depois da troca que envolveu Paul Pierce e Kevin Garnett.

O futuro dos Nets estar nas mãos dos Celtics não seria necessariamente mau se a equipa estivesse a ganhar jogos. Se isso acontecesse, o facto de as escolhas da primeira ronda dos drafts de 2016 e 2018 pertencerem a Boston, tal como a possibilidade de alterarem a ordem no de 2017, não seria problemático. Mas os Nets atravessam uma fase má e a era das promessas do magnata russo Mikhail Prokhorov já lá vai. Garantiu um título à equipa num período de cinco anos a contar da compra em 2010. Falhou. Disse que se isso não acontecesse casava-se. Continua solteiro. 

O problema nunca foi a falta de investimento. Deron Williams, Paul Pierce, Kevin Garnett, Joe Johnson e Brook López simbolizaram uma aposta forte mas não foram além das meias-finais de conferência em 2013/14. Agora os três primeiros já partiram, Johnson tem 34 anos e López, apesar de ser a grande referência da equipa, é fustigado por lesões.

A consequência em campo é óbvia. Derrotas, derrotas e mais derrotas. Nos primeiros sete encontros, o grupo orientado por Lionel Hollins somou sete – jogou esta madrugada em Houston com os Rockets num encontro em que um novo desaire era o desfecho mais esperado. E fê-lo com uma média de 12,4 pontos de desvantagem por jogo. O cenário é de pesadelo, mas o director-geral dos Nets garantiu que a equipa até poderia alterar a situação e chegar aos playoffs esta temporada. Não estão é interessados nisso. “Podíamos fazer trocas agora, aumentar a folha salarial e ganhar 30 e tal jogos para chegar à fase a eliminar na oitava posição do Este. Mas depois onde estaria o futuro?A questão é conseguir adicionar as peças indicadas e sermos pacientes”, afirmou Billy King, que lembrou que os Nets não chegaram àquele ponto num abrir e fechar de olhos e que a saída também não será rápida. O optimismo de Billy King é difícil de confirmar.

As moedas de troca dos Nets são poucas, e se saíssem não seria garantido que o grupo melhoraria, pelo menos o suficiente, para atingir o objectivo.

Se a tendência se mantiver, os Nets arriscam-se a ver fugir por entre os dedos uma das três primeiras escolhas do draft de 2016. E 2017 e 2018 poderá marcar uma ida pelo mesmo caminho. A alternativa não passará pelas trocas mas sim pela capacidade de atracção de estrelas em finais de contrato no próximo Verão, aproveitando o novo tecto salarial. As perspectivas dão margem para sonhar mas o modelo deu mau resultado no passado. As segundas oportunidades existem e pode haver um desfecho diferente.