O terrorismo à escala global


O possível ataque contra um avião comercial russo no Egipto lança de novo o receio de novas acções terroristas em qualquer ponto do mundo.


 Moscovo reacendeu a guerra contra o Estado Islâmico, ganhando um protagonismo na zona que representa uma verdadeira ameaça para o grupo, que controla grande parte da Síria e do Iraque e pode estar a pagar a primeira factura de uma guerra que se adivinha longa. Os britânicos foram os primeiros a mostrar algum receio, suspendendo voos comerciais no Sinai e desenhando um plano de contingência para retirar todos os cidadãos do reino que estão na zona. O Estado Islâmico mostrou aquela imagem intrigante em que se vê um avião a explodir em pleno voo. Será verdadeira? Terá o ISIS tecnologia que lhe permita derrubar aviões comerciais? Se sim, quem lha forneceu?

Na Síria, a proliferação de grupos armados e treinados pelo Ocidente, sem um real controlo das suas lideranças e da utilização do armamento, nomeadamente o americano, poderá reservar mais algumas “surpresas” trágicas na região ou mesmo noutros pontos do mundo. Aqui ao lado, a polícia espanhola desmantelou mais um grupo que preparava uma grande acção em Madrid. Tal como na questão dramática dos refugiados, o desentendimento na acção militar na Síria e a posição de força da Turquia, que quer a todo o custo evitar o inevitável estado curdo na nova arrumação de fronteiras na região, estão a deixar ainda alguma margem de sobrevivência ao radicalismo do ISIS.

Para mim, é incompreensível a inacção da ONU e da própria NATO na defesa da fronteira sul e a falta de sentido de segurança global revelada pelos Estados Unidos. Putin capitaliza a decisão, destemida, de ter entrado nesta guerra e de estar efectivamente a conseguir resultados no terreno. Falta agora saber o preço disto tudo. A primeira parcela da factura pode ter sido já paga por Moscovo no Sinai. Quem vai pagar a próxima?

Jornalista RTP
Coordenador “Jornal 2” – RTP2
Escreve à sexta-feira

O terrorismo à escala global


O possível ataque contra um avião comercial russo no Egipto lança de novo o receio de novas acções terroristas em qualquer ponto do mundo.


 Moscovo reacendeu a guerra contra o Estado Islâmico, ganhando um protagonismo na zona que representa uma verdadeira ameaça para o grupo, que controla grande parte da Síria e do Iraque e pode estar a pagar a primeira factura de uma guerra que se adivinha longa. Os britânicos foram os primeiros a mostrar algum receio, suspendendo voos comerciais no Sinai e desenhando um plano de contingência para retirar todos os cidadãos do reino que estão na zona. O Estado Islâmico mostrou aquela imagem intrigante em que se vê um avião a explodir em pleno voo. Será verdadeira? Terá o ISIS tecnologia que lhe permita derrubar aviões comerciais? Se sim, quem lha forneceu?

Na Síria, a proliferação de grupos armados e treinados pelo Ocidente, sem um real controlo das suas lideranças e da utilização do armamento, nomeadamente o americano, poderá reservar mais algumas “surpresas” trágicas na região ou mesmo noutros pontos do mundo. Aqui ao lado, a polícia espanhola desmantelou mais um grupo que preparava uma grande acção em Madrid. Tal como na questão dramática dos refugiados, o desentendimento na acção militar na Síria e a posição de força da Turquia, que quer a todo o custo evitar o inevitável estado curdo na nova arrumação de fronteiras na região, estão a deixar ainda alguma margem de sobrevivência ao radicalismo do ISIS.

Para mim, é incompreensível a inacção da ONU e da própria NATO na defesa da fronteira sul e a falta de sentido de segurança global revelada pelos Estados Unidos. Putin capitaliza a decisão, destemida, de ter entrado nesta guerra e de estar efectivamente a conseguir resultados no terreno. Falta agora saber o preço disto tudo. A primeira parcela da factura pode ter sido já paga por Moscovo no Sinai. Quem vai pagar a próxima?

Jornalista RTP
Coordenador “Jornal 2” – RTP2
Escreve à sexta-feira