Carnide. A nova Feira Popular de Lisboa vai  ser quatro vezes maior

Carnide. A nova Feira Popular de Lisboa vai ser quatro vezes maior


O parque urbano vai ficar perto do metro da Pontinha. Câmara vai investir 11,5 milhões, mas espera contar ainda com capital privado.


A terceira casa da Feira Popular de Lisboa vai ser na freguesia de Carnide. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da câmara, Fernando Medida, com toda a pompa e circunstância. O novo parque urbano de diversões, com 20 hectares, vai ser quatro vezes maior que a área que ocupava em Entrecampos. Vai ter também muitos espaços verdes e ficará muito perto da estação de metro da Pontinha, com acessos à Segunda Circular, à CRIL e ao Eixo Norte-Sul. “É local de excelência para todos”, rematou o autarca, explicando que o objectivo é abrir “o mais rapidamente possível”.

Para já, e até ao momento, a autarquia destinou 11,5 milhões de euros a investir neste espaço – valor que se deve à aquisição de parte dos terrenos onde vai funcionar a feira, dado que os restantes já eram de propriedade municipal –, mas o projecto terá ainda de contar com capital privado, afirmou o autarca, adiantando que na próxima reunião camarária o executivo vai nomear uma comissão para acompanhar as obras e definir ainda um modelo de negócio.

Zona a requalificar Carnide foi a “escolha óbvia”, por ser uma das zonas da cidade a necessitar de requalificação, explicou Medina, mas a junta de freguesia só concordou com esta decisão mediante algumas exigências: “Temos condições e queremos receber a Feira Popular, mas também queremos ver salvaguardados alguns constrangimentos aos moradores, como o ruído, a mobilidade, os transportes e o trânsito”, ressalvou à Lusa Fábio Sousa, assegurando que a junta vai ser “muito exigente”, porque quer “continuar a dar condições a quem reside e trabalha em Carnide”.

Novo capítulo E assim começa mais um ciclo de um lugar que nasceu há 72 anos onde agora é a Fundação Calouste Gulbenkian. A Feira Popular foi criada pela mão do jornal “O Século” para financiar férias de crianças carenciadas e mais tarde passou a financiar toda a acção social da Fundação O Século.

Durante mais de quatro décadas esteve instalado em Entrecampos, nos terrenos que estiveram na origem de um processo judicial envolvendo a Câmara de Lisboa e a empresa Bragaparques, que se arrastou por vários anos.
Quando a Feira Popular abriu para a última temporada, em 2003, a Câmara de Lisboa, então presidida por Pedro Santana Lopes, tencionava criar um novo parque de diversões, mas a ideia nunca avançou. 

Estes terrenos foram entretanto colocados em hasta pública por um valor-base de 135,7 milhões de euros. Como não apareceu nenhum interessado para o acto público do passado dia 20 de Outubro, a câmara avançou com uma “segunda fase” do processo de alienação, prevendo vender estes terrenos numa nova hasta pública a realizar no dia 3 de Dezembro. Com Lusa