Angelina Jolie e Brad Pitt deram, na segunda-feira, uma entrevista inédita à NBC.
O último filme realizado por Jolie, “By the Sea”, foi o que serviu de pretexto para o convite daquela estação norte-americana.
Passados dez anos desde que protagonizaram “Mr. E Mrs. Smith”, o casal maravilha volta a contracenar. A NBC não perdeu oportunidade e aproveitou para usar esta forma de o casal promover o filme, para perguntar de tudo. Pitt e Jolie abriram uma excepção e fizeram uma entrevista conjunta, onde falaram, inclusive, sobre aquilo que não gostam de falar: a sua vida privada.
Os problemas de saúde de Jolie foram uns dos temas em conversa. E a forma como o casal, junto há dez anos, os enfrentou foi registada. Brad Pitt recorda como lidou com a dupla mastectomia da mulher e a altura que esta retirou os ovários.
A actriz falou ainda sobre a doença da mãe, Marcheline Bertrand, e a batalha de oito anos que teve de enfrentar. Foi inclusivamente esse episódio da sua vida que inspirou o filme.
“Tem muito a ver com um dia em que fui visitar a minha mãe ao hospital, na primeira vez que descobriu que tinha cancro. Iam retirar-lhe os ovários e estava muito transtornada. Mas ouvi gemidos, ao fundo do corredor. Descobri que eram de uma jovem mulher que ainda não tinha tido filhos. Isso pôs tudo em perspectiva”, recorda a actriz.
Depois da morte da mãe, a actriz fez testes para perceber quais as probabilidades que tinha de também vir a contrair cancro da mama. Os resultados foram implacáveis. Para Jolie não havia dúvidas, tinha de passar por uma cirurgia para retirar os seios. E assim foi. Passados uns meses, retirou os ovários para evitar outro tipo de cancro.
Brad recorda o momento em que recebeu a chamada da mulher: “Estava em França quando a Angie me ligou e meti-me logo num avião”, conta, realçando a coragem de Angelina. “Vê-la a ter de ser tão forte perante a mais assustadora das notícias foi extremamente comovente”.
O actor fez de tudo para manter a família unida. “Sem dúvida que é uma decisão assustadora e há muita coisa que pode correr mal, mas isto foi muito liderado pela convicção dela” recorda, agarrando a mão da actriz. “Fez isto pelos filhos, fez isto pela sua família, para que pudéssemos estar juntos, e isso superou tudo e qualquer coisa”, frisa.
Angelina não poupou elogios ao marido. “Apesar de falar da minha força, foi muito claro comigo. Sabia que o que ele gosta numa mulher é a inteligência e a preocupação com a família, não tinha nada a ver com o corpo em si. Durante a intervenção soube que estava ao meu lado e que não me iria sentir menos mulher, porque o meu marido não ia deixar”.
A mãe de Jolie teve muita influência na sua decisão. “Tivemos os mesmos médicos, as mesmas enfermeiras. A médica que me operou aos ovários foi a mesma da minha mãe”, esclareceu Jolie, lembrando o pedido que Marcheline fez a uma das médicas. “Prometa-me que vais tirar os ovários à Angie”. “Prometi à tua mãe. Tenho mesmo de fazer isto’”, disse depois a médica a Jolie.
Angelina Jolie acredita que a sua experiência pode ajudar outras mulheres. “Muitos de nós vamos ter cancro. Vamos todos morrer. Enfrentarmos estes assuntos juntos, falarmos sobre eles e conversarmos sobre o que significa ser humano pode ser uma coisa bonita”.
