Ninguém entra numa meia-final a pensar que pode sair da competição com a medalha de bronze. O objectivo é sempre vencer, e se a derrota aparecer a uma barreira da meta os índices de motivação caem e torna-se mais complicado regressar aos níveis de competição e concentração que marcaram as primeiras semanas da prova. No Mundial de râguebi, o desafio foi entregue à África do Sul e à Argentina.
A desilusão pode ter sido maior para os Springboks – perderam por dois pontos com a Nova Zelândia e haviam vencido o último Mundial na Europa, em 2007 –, mas o seleccionador Heyneke Meyer construiu um quinze com o objectivo claro de garantir o triunfo. Em relação à equipa que perdeu com os All Blacks no sábado (18-20) só se registam duas alterações: o médio de formação Ruan Pienaar substitui o lesionado Fourie du Preez e Lodewyk de Jager dá lugar ao experiente Victor Matfield, que, com 126 jogos internacionais, se prepara para dizer adeus à alta competição.
“Cheguei a pensar em apresentar uma equipa com muitas alterações. Pesei os prós e os contras mas a última decisão foi baseada na conclusão de que esta equipa cresceu junta durante as últimas semanas e esta seria a melhor hipótese de oferecer uma vitória aos adeptos”, explicou Heyneke Meyer. Os sul-africanos entraram da pior maneira na prova, com uma surpreendente derrota frente aoJapão, mas reagiram a tempo de vencer o grupo B e eliminar Gales nos quartos-de-final. “Apesar de o nosso objectivo ter sido sempre vencer a competição, temos a oportunidade de terminar a campanha com algo positivo e é disso que vamos à procura contra uma equipa argentina muito boa”, continuou o seleccionador.
Os Pumas vão parecer irreconhecíveis. DanielHourcade promoveu nove alterações “forçadas pelas lesões e pela obrigação de analisar a carga física que os jogadores têm tido, lembrando que estão a trabalhar com menos dois dias de recuperação” em relação ao que é habitual. Nicolás Sánchez vai continuar a capitanear a equipa, mas Juan Imhoff, Joaquim Tuculet, Agustín Creevy, Juan Martín Hernández e Marcelo Bosch não vão dar o contributo em campo.
Conhecer o terceiro classificado do Mundial no Olímpico de Londres (20h00, Sport TV5) é o grande objectivo, mas Bryan Habana – titular na ponta – também tem uma palavra a dizer. Naquele que pode ser o seu último jogo numa fase final, o sul-africano tentará isolar--se na lista de ensaios, desempatando com Lomu. Neste momento os dois seguem com quinze.