Chegou à elite mundial com apenas 18 anos. Depois de um 15.o e de um 17.o lugares nos anos anteriores, em 2015 Filipe Toledo está a mostrar ao que vem. Venceu na Gold Coast e no Rio de Janeiro e, embora já esteja mais longe da liderança do ranking (6.o lugar), é provável que um dia o título seja seu.
Filho de um antigo bicampeão brasileiro, Filipe tem surf nos genes. Com o mar pequeno, parece estar num skate park, tal a panóplia de aéreos e manobras radicais que é capaz de fazer na água.
Foi isso que Toledo mostrou no arranque da prova em Supertubos, com um belo 360o aéreo, ou outro ainda mais alto e impressionante na ronda 4 (que lhe valeu um 9,77). Quando o viu já com os pés assentes na areia – que não temos capacidade para acompanhá-lo nesses voos –, o i aproveitou para ficar a saber um pouco mais sobre um dos rostos mais talentosos da brazilian storm no circuito mundial.
Com os quartos-de-final assegurados em Peniche, Filipe até pode deixar Portugal no top 3 mundial (dependendo de onde chegar – para já está nos quartos-de-final – e dos resultados do campeão mundial Gabriel Medina, actual 5.o classificado).
Como te sentiste no início da época, logo com uma vitória na Gold Coast?
Foi muito bom, acho que não há nada melhor em termos da confiança que passa para o resto do ano. Comecei literalmente com o pé direito.
Conseguiste duas vitórias nos primeiros quatro eventos. Houve algum segredo na forma como preparaste esta temporada?
Nas férias que temos após Pipeline dediquei-me totalmente ao surf. Trabalhei com o meu shaper nos modelos de pranchas e acho que toda essa dedicação deu resultados logo no início do ano, em Bells, e no Rio também. Isso ajudou na minha evolução como surfista e pessoa.
Qual a sensação de vencer a jogar em casa, no Rio de Janeiro?
Foi a melhor sensação do mundo, sem dúvida o melhor dia da minha vida. Ter ganho um campeonato no Brasil foi mais um dos meus sonhos realizados, graças a Deus. Ele ajudou-me muito a chegar onde cheguei e foi incrível. Uma coisa que nunca tinha visto antes, muita gente na praia, todo o mundo a mandar uma energia positiva para mim e sem dúvida é um dia que nunca vou esquecer.
Chegas a Peniche no sexto lugar. Ainda pensas no título?
Sem dúvida. França afastou-me dos primeiros do ranking mas estou aqui ainda com bastante ânsia de ser campeão. Depende do resultado do Mick, do Gabriel e dos atletas que estão na minha frente. Mas se for para eu ser campeão este ano Deus vai fazer o impossível e possível para que isso aconteça.
Se não conseguires chegar à liderança, vais torcer por alguém?
Sem dúvida nenhuma vou torcer pelo Adriano [de Souza]. É um brasileiro que está lá na frente, está na elite há muitos anos e sempre batalhou por isso. Este ano está muito bem e se eu não conseguir espero que ele consiga. Não só por ele, mas pelo Brasil todo.
O mar pequeno nos primeiros dias em Supertubos favorece o teu tipo de surf?
Peniche é um local onde me sinto muito à vontade. Supertubos é uma onda muito boa, se estiver grande tens a certeza do tubo, se estiver pequeno vou fazer o surf que eu amo, que é dar aéreos e manobras radicais. Acho que me vou sentir à vontade em qualquer condição que estiver aqui em Peniche e tentar o melhor resultado.
Qual foi a influência do teu pai no teu crescimento enquanto surfista?
Ele sem dúvida foi – e ainda é – a pessoa mais influente da minha vida. Foi ele que me introduziu ao surf, que me ensinou a surfar, que me levou a viajar. Passou toda a experiência dele para mim durante todos estes anos. Tê-lo comigo é um privilégio e uma vantagem em relação aos outros.