Imigração. Referendos anti-imigração não são novidade na Suíça

Imigração. Referendos anti-imigração não são novidade na Suíça


A comunidade portuguesa é uma das maiores no país, atrás dos italianos e dos alemães 


No ano passado, a Suíça aprovou em referendo a criação de quotas para a entrada no país de imigrantes provinientes da Europa, que são cada vez mais numerosos no mercado de trabalho suíço. Na altura, 50,3% dos suíços votaram a favor de limites à imigração de todos os cidadãos da União Europeia, bloco do qual a Suíça não faz parte.  

A decisão foi bastante criticada em Bruxelas e complicou as relações entre a Suíça e a União Europeia, causando mesmo o congelamento de vários programas em comum, assim como de fundos oriundos do orçamento comunitário. O governo suíço tem até 2017 para conseguir encontrar uma solução para o problema. 

“Os suíços disseram claramente que querem um maior controlo da imigração, então temos um dilema: por um lado queremos controlar mais a imigração e, por outro, noutros referendos, a população já disse sete vezes que quer continuar a relação bilateral com União Europeia”, disse na altura Didier Burkhalter, o presidente do país.
Apesar de não ser membro da União Europeia, a Suíça mantém acordos bilaterais de circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços com o bloco, por pertencer ao espaço Schengen.

Por ter vencido as eleições, a UDC tem agora uma difícil tarefa pela frente sobre o que fazer em relação aos imigrantes. Das duas uma: ou mantém a livre circulação a que está obrigada por pertencer ao espaço Schengen ou faz a vontade dos 50,3% dos cidadãos que votaram no referendo para a criação de quotas para os imigrantes.
No total de 8,2 milhões de habitantes na Suíça, os imigrantes representam cerca de 24,3%. A comunidade portuguesa é uma das maiores do país, com cerca de 250 mil portugueses em situação legal. À frente da comunidade portuguesa estão as comunidades italiana e alemã.

Refugiados Além dos imigrantes, a Suíça tem também acolhido refugiados que fogem da guerra do Médio Oriente. Recentemente a Suíça disponibilizou-se para receber nos próximos dois anos cerca de 1500 refugiados, no âmbito do programa da União Europeia para a redistribuição de 40 mil refugiados.
O partido vencedor tem denunciado o sistema de distribuição de refugiados na Europa e defendido o reforço do controlo nas fronteiras.