Paulo Portas: “Numa coligação PSD-PS-CDS, não seria o número 2”

Paulo Portas: “Numa coligação PSD-PS-CDS, não seria o número 2”


Líder do CDS diz em entrevista à TVI que António Costa está a ter “comportamento inesperado”. E assume que não seria a segunda figura de um governo que juntasse PSD, CDS e PS.


Paulo Portas disse esta noite em entrevista à TVI que abdicaria da sua posição de "número dois" caso o PS aceitasse fazer parte de um governo com o PSD e o CDS. "Numa coligação com certeza que eu não teria a segunda posição no governo."

Em entrevista a José Alberto Carvalho, o "número dois" da coligação Portugal à Frente disse ter ainda esperança que António Costa, que acusa de falta de humildade e de estar a ter um "comportamento inesperado do ponto de vista para onde está a levar as coisas", acabe por "cair em si". "Não faz sentido que quem ganha vá para a oposição e que quem perde vá para o governo."

"As pessoas sentem que o seu voto foi sequestrado", disse Portas, para reforçar depois que "as pessoas não gostam do que está a acontecer" e que "isto tem um lastro perigoso", ao, pela primeira vez, colocar em causa "a regra básica da democracia" de que quem ganha governa. "A coligação venceu as eleições", lembrou. "Não é possível ignorá-lo todos os dias como faz o dr. António Costa."

Portas voltou de resto a acusar os socialistas de terem partido para as reuniões com o PSD e o CDS e os partidos à sua esquerda com "uma grande diferença de empenhamento e sentido construtivo". E de não terem apresentado na segunda reunião um único documento crítico ao documento facilitador redigido pela coligação, ou uma contraproposta.

"Com todo o respeito pelas pessoas que votaram no Bloco de Esquerda e no PCP, não acho que seja boa ideia colocar a estabilidade e a governabilidade de Portugal nas mãos de soluções precárias, com o apoio do PCP e do BE, que ainda por cima estão em competição um com o outro", prosseguiu Portas, acrescentando ter esperança que haja responsabilidade e que, após quatro anos difíceis, "o país pode seguir para melhor, com quatro anos mais tranquilos".