Está a começar a nossa segunda prova no WRC, onde somos a única equipa portuguesa.
É estranho que um país que adora automóveis, que tem um leque de pilotos fabulosos, que consegue ter mecânicos e engenheiros em lugares de topo de todas as equipas do mundial, consiga ter apenas uma equipa a fazer agora o Rali da Catalunha.
Estar entre os melhores do mundo é um gigantesco desafio para o jornalista como eu, que tem de esticar todos os minutos para manter a forma, voltando ao carro de corrida apenas uns dias antes de cada prova. No Mundial há várias equipas assim.
Estamos lá pelo prazer, pela vertigem da competição, onde temos de superar limites, partilhar angústias e alegrias com uma equipa com quem criamos laços que são únicos. É uma semana num mundo que não é o meu, mas onde me sinto tremendamente bem.
O WRC é uma das maiores montras à escala global para promover marcas, produtos e países. Há um forte investimento dos centros turísticos na busca de novos mercados, tentando cativar mais atenções para os melhores destinos de férias.
Há centenas de portugueses nas classificativas que se estendem entre Barcelona e Salou. Vão lá pela “fiesta” numa prova que tem pisos de terra e asfalto, assumindo com orgulho a categoria de uma das mais exigentes do mundial.
Os espanhóis são como nós e sobem montanhas de madrugada para ver os carros e aplaudir até ao último dos que se aventuram na grande corrida.
Tenho muita pena de não ter lá ao nosso lado o Bernardo Sousa, o Armindo Araújo e muitos outros que dariam um brilho especial a cada uma das dezenas de bandeiras de Portugal que estarão nas 23 especiais de classificação que queremos cumprir até ao fim no Mitsubishi com o número 96 nas portas.
Eu e o José Janela faremos o nosso melhor, esperando ter mais portugueses no próximo ano de WRC.
Jornalista RTP
Coordenador “Jornal 2” – RTP2
Escreve à sexta-feira