A organização da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2016 anunciou esta quarta-feira em Lisboa que lançou um concurso aos estudantes de arquitectura do país, para criarem projectos para o núcleo urbano, indústria e estrutura portuária de Sines.
Numa apresentação da programação completa da 4.ª edição da Trienal, o arquitecto José Mateus, presidente executivo da iniciativa, indicou que este foi o desafio lançado no Concurso Prémio Universidades, um dos três galardões que serão atribuídos.
Com o título "A Forma da Forma", a próxima Trienal incluirá ainda três exposições centrais, conferências subordinadas, e um programa satélite na capital.
No concurso vão participar 18 faculdades de arquitectura de norte a sul do país, cujas propostas deverão ser entregues até 30 de abril de 2016.
O júri da Trienal reunirá entre Julho e Setembro desse ano e os resultados serão anunciados em Outubro, com a exposição dos seleccionados prevista para o decorrer do evento, de 6 de Outubro a 11 de Dezembro.
Rui Mendes, um dos curadores do concurso, referiu que "o desafio consiste numa "reflexão para as escolas de arquitectura do país", e que "as melhores propostas serão expostas para apresentar ao público nacional e internacional uma demonstração das competências da arquitectura portuguesa".
Sob o título "Sines: Núcleo urbano, indústria e estrutura portuária", o concurso visa "fazer um exercício para integrar o aproveitamento de recursos existentes, o potencial do lugar, as relações e contextos do território, demonstrando a capacidade da arquitectura".
O concurso irá atribuir 1.500 euros à proposta vencedora e 500 euros a cada uma de três menções honrosas.
No final da apresentação, o presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, assinou um protocolo de cooperação com a Trienal, no âmbito deste concurso.
Questionado pela agência Lusa sobre a importância desta parceria para Sines, Nuno Mascarenhas afirmou que "é de extrema importância": "Queremos que Sines não seja apenas o principal porto do país, mas que também a população e a zona urbana sejam alvo de atenção e apoio".
Recordou que a população de Sines "ficou revoltada e profundamente marcada pela decisão do Governo instalar, no início dos anos 1960, um grande porto" naquela vila piscatória, devido ao processo de expropriação que implicou.
Desde essa altura, o concelho "cresceu muito, e tem hoje 15 mil habitantes, com mais de 5 mil pessoas a entrar e sair diariamente de Sines".
"Mesmo com dificuldades de articulação entre o núcleo urbano, a zona industrial e a estrutura portuária, foram criados alguns equipamentos", recordou, ressalvando que as marcas do passado conturbado continuam e os projectos dos jovens arquitectos "são bem-vindos".
O autarca revelou à Lusa que está interessado em dar concretização a projectos, e que a autarquia vai falar com a Trienal para a criação de um prémio extra, neste concurso, patrocinado pela Câmara Municipal de Sines.
Os outros dois galardões previstos no programa da Trienal de Arquitectura 2016, todos eles patrocinados pela Fundação Millenium BCP são: Prémio Debut, para apoiar jovens arquitectos com menos de 35 anos, no valor de 5.000 euros, e o Prémio Carreira, para um arquitecto ou ateliê, português ou estrangeiro, cujo trabalho tenha influenciado e continue a ter um efeito profundo na prática e no pensamento actuais da arquitectura.
O Prémio Carreira – que entrega uma obra de arte original ao vencedor – já distinguiu Vittorio Gregotti (2007), Álvaro Siza (2010) e Kenneth Frampton (2013).
Para 2016, José Pedro Croft é o artista que irá criar a peça original.
Lusa
