PSD e CDS-PP anunciaram esta segunda-feira que fizeram chegar ao PS um "documento facilitador de um compromisso" entre as duas partes "para a governabilidade de Portugal" e aguardam que os socialistas marquem uma hora de reunião para terça-feira.
Num comunicado conjunto divulgado pelos seus gabinetes de imprensa, PSD e CDS-PP afirmam que fizeram chegar esta segunda-feira, pelas 15h50, ao secretário-geral do PS, António Costa, um "Documento facilitador de um compromisso entre a Portugal à Frente e o Partido Socialista para a governabilidade de Portugal".
Sociais-democratas e centristas referem que esse documento foi enviado "na sequência do acordado na reunião do dia 9", sexta-feira, com o PS. "Ainda no respeito pelo acordado ficam os partidos da coligação a aguardar proposta de hora para a reunião entre as delegações prevista para amanhã [terça-feira]", acrescentam.
Na sexta-feira, delegações do PSD e do CDS-PP estiveram reunidas com uma delegação do PS durante quase três horas, na sede nacional dos sociais-democratas, em Lisboa, para procurar soluções de governabilidade.
No final, o secretário-geral do PS, António Costa, considerou que essa reunião tinha sido "bastante inconclusiva", dizendo que os dois partidos da coligação não tinham apresentado qualquer proposta concreta.
Por sua vez, o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, declarou que esperava que fossem os socialistas a apresentar propostas concretas e acrescentou que, como isso não tinha acontecido, PSD e CDS-PP iriam então fazer "um exercício um bocadinho mais atrevido" de tentar "seleccionar propostas do PS" para debater num próximo encontro, marcado para terça-feira.
Segundo Passos Coelho, PSD e CDS-PP estão disponíveis para acolher propostas do PS para obter um acordo sobre as linhas gerais do seu Programa do Governo e do Orçamento do Estado para 2016, sem traçar "linhas vermelhas", desde que sejam respeitadas as regras europeias, incluindo o chamado tratado orçamental.
A coligação PSD/CDS-PP foi a força mais votada nas legislativas de 4 de Outubro, mas sem maioria absoluta de deputados. Logo na noite eleitoral, o presidente do PSD anunciou que sociais-democratas e centristas iriam assinar um acordo para governar e que iria tomar a iniciativa, "no plano parlamentar, de contactar o PS" para procurar entendimentos sobre reformas importantes, como a da Segurança Social.
Por sua vez, no domingo de eleições, o secretário-geral do PS, António Costa, prometeu não fazer parte de uma "maioria negativa" contra PSD e CDS-PP sem haver "um Governo credível e alternativo ao da direita".
Dois dias após as eleições, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, recebeu em Belém o presidente do PSD e, mais tarde, em comunicação ao país anunciou que o tinha incumbido de "desenvolver diligências com vista a avaliar as possibilidades de constituir uma solução governativa que assegure a estabilidade política e a governabilidade do país", sem adiantar que solução poderá ser essa.
Nessa mesma noite, António Costa recebeu da Comissão Política Nacional do PS um mandato para falar com todas as forças políticas representadas no parlamento – tendo-se já reunido, entretanto, com PCP, PEV, BE e PAN, para além do encontro com PSD e CDS-PP.
Por sua vez, PSD e CDS-PP reuniram os seus órgãos nacionais na segunda e terça-feira seguintes às eleições, e na quarta-feira assinaram um acordo de Governo.
Nessa ocasião, referindo-se a António Costa como "líder do maior partido da oposição", Passos Coelho anunciou que lhe tinha proposto nessa manhã uma reunião destinada a promover "uma cultura de diálogo, de compromissos" que assegurasse "estabilidade para governar".
Lusa