O prémio Nobel da Literatura de 2015 foi atribuído a Svetlana Alexievich, que sucede a Patrick Mondiano, vencedor do galardão no ano passado. No anúncio, o júri destacou a "escrita polifónica" da jornalista e escritora bielorrussa e classificou a sua obra como "um monumento ao sofrimento e à coragem no nosso tempo".
A porta-voz da academia sueca salientou que nos últimos 30, 40 anos, a autora "mapeou a vida dos indivíduos", durante a União Soviética. "Mas a sua obra não é sobre os acontecimentos históricos, estes são pretextos para explorar os indivíduos soviéticos. Dessa forma fornece-nos a história sobre os seres humanos nesse período", acrescentou.
Além do material novo que traz para os seus livros, a porta-voz do júri destacou a originalidade do seu estilo,vindo da trabalho jornalístico. Para a academia, Svetlana Aleksijevitj é também autora de uma “nova forma literária”.
Nacsida, em 1948, em Minsk, a escritora tem os seus livros traduzidos em 22 línguas e alguns já adaptados a peças de teatro e documentários. Escrevendo, como foi sublinhado pela academia, sobre a identidade russa, o seu passado e futuro, é autora, entre outras obras de "O Fim do Homem Soviético – Um tempo de desencanto", editado em Portugal, este ano, pela Porto Editora. O livro foi vencedor do Prémio Médicis Ensaio e indicado pela revista "Lire" como Livro do Ano 2013 em França.
Para 2016 está prevista a publicação em português de "Vozes de Chernobyl" (título provisório), pela Elsinore. A obra de não-ficção, que em 2005 conquistou o National Book Critics Circle Award, será publicada em Portugal no ano em que se assinalam os 30 anos do desastre nuclear.