Já são cinco o número de barricados este ano. Entre os casos que aconteceram em 2015 registaram-se dois homicidas, um na Lourinhã e outro em Setúbal. Sem vítimas, houve ainda um jogador de futebol da Costa do Marfim que se barricou por não querer voltar ao país e ainda, em Setúbal, um homem esteve nas instalações da Segurança Social exigindo a devolução de dinheiro que terá pago a mais ao Estado.
Em Abril, um homem de 70 anos barricou-se em casa, na aldeia de Matas, na Lourinhã, depois de ter atingido mortalmente um primo. Após seis horas de negociações falhadas com a GNR, o homem matou-se durante o assalto policial. Desavenças familiares terão estado na origem deste episódio.
Dois meses mais tarde, na Moita, no distrito de Setúbal, um homem fechou-se em casa depois de ter alvejado a mulher, obrigando a GNR a mobilizar algumas dezenas de militares. O suspeito esteve barricado seis horas sem nunca ter cedido aos apelos da autoridade. Na origem do seu comportamento estaria a decisão da mulher, que terá terminado a relação uns dias antes.
Em finais de Setembro, e também em Setúbal, um homem fechou-se durante duas horas na casa de banho das instalações da Segurança Social para ser “ouvido”. Algo que só aconteceu depois de ter sido chamada a polícia, assegurou a mulher do barricado, que se encontrava igualmente no local. Exigiam a devolução de dinheiro que teriam pago a mais ao Estado.
Um caso diferente foi o que aconteceu em Mafra, quando um jogador da Costa do Marfim se barricou por desespero. Tozan Anicet lesionou-se e foi dispensado do clube, não tendo conseguido encontrar solução noutra formação. A possibilidade de voltar ao país de origem sem dinheiro levou-o a pernoitar num edifício do clube, de onde não queria sair.
Casos mediáticos Todos os anos, as situações de barricados repetem-se, mas há episódios que ficam na memória, como foi o caso de Manuel Subtil que, em 2001, se barricou nas instalações da RTP por estar convencido de que a estação pública o levara à falência ao divulgar uma reportagem sobre emigração clandestina em França.
Em 2006 foi a vez de Vítor Pereira fazer quatro reféns numa dependência do BES, em Setúbal, por lhe ter sido negado um empréstimo de 175 mil euros. Contaria mais tarde em tribunal que o engenho com que ameaçou fazer explodir o banco não passava de um embuste que ele próprio forjou, com massa de lasanha, plasticina e alguns fios eléctricos.