Os melhores exemplos vêm de países do Norte da Europa

Os melhores exemplos vêm de países do Norte da Europa


Ao contrário do que acontece em Portugal, nos países do Norte da Europa, os manuais escolares são usados por muito mais tempo e a sua aquisição não está a cargo das famílias, mas sim das escolas.


Imagine o que seria Setembro se não tivesse de pensar na enorme lista de livros escolares dos seus filhos, nem nas centenas de euros que isso custa ao orçamento familiar. Pouparia não só em dinheiro, como também em cabelos brancos. 

Ao contrário do que acontece em Portugal, nos países do Norte da Europa, os manuais escolares são usados por muito mais tempo e a sua aquisição não está a cargo das famílias, mas sim das escolas, que ficam encarregues de promover a sua reutilização. O princípio é o da gratuitidade do ensino obrigatório, que é levado à letra por países onde os resultados escolares são sobejamente conhecidos e referenciados por nós. 

Mas o dinheiro não deve ser a grande motivação, lembra Henrique Cunha, do Movimento Reutilizar para quem a reutilização de manuais não é, nem tem de ser, norteada pelo objectivo da poupança. “Isso será uma consequência positiva das boas práticas ambientais”, afirma, ressalvando que  “não é uma questão de sermos mais pobres que os outros países, é uma questão de sermos menos desenvolvidos e menos sustentáveis”. 

A CNE (Comissão Nacional de Educação) ouviu os diferentes países da UE sobre os diferentes modelos e concluiu que na Dinamarca, Suécia, Finlândia, Reino Unido e na Irlanda do Norte, os manuais são distribuídos gratuitamente aos alunos, e estes deverão ou não ser devolvidos no fim do ano para serem reutilizados, conforme o estado em que ficam.

Os períodos de vigência dos livros nestes países também são maiores: vão de 6 a 10 anos, na Noruega e na Finlândia, e no mínimo 5 anos na França.