Ainda há 12 mil portugueses que não têm uma torneira em casa e que, por isso, recorrem a fontanários. Os dados surgem no relatório anual sobre o “Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano”, divulgado ontem pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR). São sobretudo povoações localizadas no Norte e Centro do país, mas este número tem vindo a diminuir. Em 2013 estimava-se que eram 17 mil as pessoas que utilizavam a água dos fontanários.
Tal como no passado, os fontanários controlados pela entidade reguladora situam-se principalmente na região Centro, com mais de 57%, e na região Norte, com 25% do total. O número de fontanários com um sistema de desinfecção da água, na região Centro, era de 103 em 2013 e aumentou para 114 no ano passado. A entidade reguladora exige às entidades gestoras dos sistemas de abastecimento que controlem a qualidade de um determinado número de fontanários para que as populações sem acesso a água canalizada em casa tenham um local onde ir buscá-la, com boa qualidade.
A entidade reguladora da água acompanhou o controlo de qualidade de 281 fontanários, nomeadamente no Norte e Centro. “Foram controlados 281 [fontanários] em 2014 contra 293 em 2013, redução que tem a ver com a integração de algumas destas regiões em zonas de abastecimento” pela rede domiciliária, passando mais portugueses a ter “a torneira em casa”, adiantou o director da ERSAR, Luís Simas, salientando haver “uma tendência ligeiramente decrescente para a utilização destas origens, o que é positivo”.
Mas para quem tem água canalizada em casa, as notícias são mais optimistas. A qualidade da água da torneira continua elevada, com níveis “próximos da perfeição”, nos 98,4%, e o incumprimento é “baixíssimo”, ficando em 1,5%.
“Continuamos a poder beber água da torneira em Portugal com muita tranquilidade e, apesar de já estarmos em níveis muito próximos da perfeição, o indicador de água segura voltou a subir mais um bocadinho: dos 98,2% de 2013 passámos para os 98,4% em 2014”, contou o director do Departamento da Qualidade da Água da ERSAR.
Os elementos medidos são bactérias coliformes, parâmetro indicador que não tem um impacto imediato na saúde e que se pode ficar a dever à ineficiência da desinfecção, ou o pH e o alumínio, também sem consequências imediatas e cuja presença pode dever-se às características hidrogeológicas das origens de água, segundo a ERSAR.
Lusa