A notícia está no título e na entrada deste texto. Ainda assim, repetimos: Netflix, Portugal, 21 de Outubro, 7,99 euros. Agora importa saber se o dia ficará na história graças a isto ou se vamos continuar a celebrar a data como Dia do Regresso ao Futuro (assim mesmo, em maiúsculas), o tal momento do calendário em que Marty McFly viaja no tempo e dá de caras com ele mesmo mas mais velho 30 anos. Para quem não tenha memória sobre o evento, vamos acreditar que o catálogo Netflix vai contemplar as fitas de Robert Zemeckis.
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Mas, acreditando nos responsáveis do serviço americano (entretanto transformado em fenómeno mundial), os assinantes Netflix vão ter à disposição uma lista generosa de filmes e séries, uns títulos mais clássicos, outros com o carimbo "novidade", sempre em constante actualização. Ficção, documentários ou conteúdos para crianças, a Netflix quer conquistar todos os públicos com o método que já lhes garantiu mais de 60 milhões de utilizadores em todo o mundo. Este é um serviço de streaming, ou seja, com uma ligação de banda larga é possível ver qualquer conteúdo do catálogo a qualquer hora sem ter que o descarregar.
Para isto, há três tipos diferentes de assinatura. A base custa 7,99 euros e permite que os conteúdos sejam vistos num único ecrã e em SD, que é como quem diz "definição normal". A segunda hipótese tem o preço de 9,99 euros e oferece dois ecrãs em HD (alta definição). Ou seja, com a mesma conta, uma pessoa pode estar a ver o "Regresso ao Futuro I" na televisão e outra pode querer saber como acaba o "Regresso ao Futuro II" num tablet ou num computador. E há ainda uma terceira hipótese. Por 11,99 é possível ser assinante premium e ver em quatro ecrãs ao mesmo tempo, tudo em Ultra HD 4K (a campeã das definições na actualidade, algo assim).
Exemplos de títulos que vai poder ver? Bom, tem os conteúdos de produção própria da Netflix. Isto em séries quer dizer "Demolidor", "Unbreakable Kimmy Schmidt" ou a popular "Narcos", com Wagner Moura no papel de Pablo Escobar. Entre os documentários estarão disponíveis títulos como "Chef's Table" ou "Beasts of No Nation" que esteve em destaque no Festival de Veneza.
Mas isto tem a ver – repetimos – com a produção própria da Netflix. Depois há os programas produzidos por outras cadeias, como "The Walking Dead" ou "Breaking Bad". São exemplos de títulos que integram o catálogo Netflix noutros países, resta saber se farão parte da lista portuguesa. Até porque é preciso ter em conta os acordos de distribuição que já estão a funcionar em Portugal. Séries Netflix como "Orange is the New Black" ou "House of Cards" não vão, pelo mesno por enquanto, fazer parte do catálogo português porque passam noutros canais disponíveis na televisão nacional. Tal como será sempre muito improvável que alguma vez possamos ver programas da HBO ou da Amazon – casos de "Guerra dos Tronos" ou "Transparent" – na Netflix portuguesa.
Ainda assim, e como diria Doc Emmet Brown, "Great Scott". Depois de lançado o serviço da NOS, o N Live, esta é mais uma hipótese de televisão via streaming, um tipo de serviço que promete continuar a revolucionar o mercado. Sem publicidade, sem pausas no streaming (porque a tecnologia assim permite), é o tipo de solução perfeita para binge watchers – os tais que gostam de ver uma série do princípio ao fim na mesma noite – ou para os que querem começar agora e continuar mais tarde, a partir do mesmo sítio. A Netflix garante um primeiro mês gratuito, depois o utilizador decide. E oferece também a possibilidade de criar até cinco perfis diferentes numa só conta, para organizar melhor tanta informação. Para ter a Netflix em casa, é preciso uma ligação à internet, através de computador, Smart TV, consolas, tablets ou smartphones. Perto da data de lançamento está prometido um esclarecimento mais detalhado sobre todos os conteúdos que vão estar disponíveis em Portugal.
