Recorda-se de José Carlos Saldanha, o doente com hepatite C que em Fevereiro deste ano interrompeu os trabalhos da comissão parlamentar de saúde para pedir a Paulo Macedo que não o deixasse morrer?
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José Carlos é agora um dos 107 portugueses que concluíram o tratamento da doença, ao abrigo de um protocolo entre o Estado português e o laboratório que produz um medicamento que está avaliado como tendo elevadas taxas de cura.
Segundo o semanário SOL, com o tratamento ao fim de quatro semanas os níveis do vírus já estão a “negativar”, mas apenas ao fim de seis meses é possível garantir que os doentes “estão curados, não havendo recidiva”.
Ao todo, o Infarmed indica que já foram autorizados 6.815 tratamentos. Dos que estão “finalizados, e após a necessária análise virológica efectuada 12 semanas depois, constatou-se que 107 doentes estavam curados e apenas dois foram reportados como não curados”.
José Carlos Saldanha fez o apelo no Parlamento a 4 de Fevereiro, juntamente com o filho, pouco tempo depois de a sua mulher ter morrido devido à mesma doença. O doente em causa implorou que não o deixassem morrer e pediu ao ministro que aceitasse comprar os medicamentos que estavam disponíveis no mercado e que lhe podiam salvar a vida.
À altura, alguns países europeus já tinham o medicamento disponível, mas o governo português continuava a recusar o preço pedido pelo laboratório Gilead – que chegava a atingir 41 mil euros por cada tratamento.
Bastou um dia para que José Carlos tivesse resposta ao apelo. No dia seguinte ao episódio em São bento, o doente recebeu um telefonema do hospital onde é seguido a informar o acesso ao medicamento.