No início de toda esta história aparece Bradley Cooper, com aquele ar engomado e certo que lhe deu fama. Mas aqui, em “Sem Limites”, Cooper é o tipo capaz de mudar a vida a alguém, não necessariamente para melhor e sempre com uma agenda própria a justificar as suas boas acções. Só está a fazer o que lhe fizeram a ele – com o bónus de eliminar efeitos secundários. Falamos de “Sem Limites”, a série com o mesmo nome do filme de 2011 e que dá continuidade à história. Estreia-se hoje na televisão portuguesa: TV Séries, 22h.
No filme de Neil Burger, Bradley Cooper era Eddie, um escritor em dificuldades cuja vida é alterada graças à droga NZT-48, que aumenta as capacidades cerebrais quase sem efeitos secundários – a não ser que a dose seja reforçada ou que de repente se deixe de tomar a droga (aí as coisas podem acabar mal). Eddie sobe na vida mas a meio da caminhada passa um mau bocado. O que interessa aqui é que no fim do filme, o homem recupera do lado nocivo desta experiência, toma controlo sobre a produção da droga e investe muito do que ganhou entretanto numa forma de dominar o lado obscuro da maravilha que é este NZT-48.
O que acontece agora, na série com o mesmo título, é uma espécie de sequela. Assim sendo, Eddie passa a ser o iluminado que dá a oportunidade a alguém de mudar a vida, através de dois pequenos comprimidos – como em “Matrix”, mas aqui ambos devem ser tomados para que tudo corra pelo melhor. O alvo desta epifania é Brian Finch (interpretado por Jake McDorman), que não vê grande futuro em si próprio. O pai está gravemente doente e é esse acontecimento que põe Finch a pensar na vida. Coincidência das boas: é nesta altura que um amigo de Brian aparece com NZT-48. O homem experimenta e logo na primeira noite há coisas que não correm bem. De repente, o tal Eddie aparece nesta novela, mais o FBI, através da agente Rebecca Harris (a actriz é Jennifer Carpenter, mais conhecida como irmã de Dexter, na série com o mesmo nome).
Estas são as reviravoltas que marcam o início da série, que também incluem dilemas familiares, conspirações governamentais e gente com valores de QI que chegam a alcançar quatro dígitos. Depois disto esperam-se mais complicações e uma boa dose de techno-thriller, o rótulo que tem acompanhado “Sem Limites” desde que apareceu pela primeira vez em 2011 – e tanto no caso da série como do filme, esta é uma adaptação do livro “The DarkFields”, escrito por Alan Glynn e publicado originalmente no mesmo ano em que o filme chegou às salas.
Esta segunda vida na televisão conta com Bradley Cooper não só no elenco (ainda que não marque presença em todos os episódios, fica o aviso aos fãs do actor) mas também na produção, equipa que integra ainda Robert DeNiro, outro dos protagonistas. Já o responsável pelos destinos da história é CraigSweeny, o mesmo que há uns anos criou “The 4400”, produção que esteve no ar entre 2004 e 2007, ao longo de quatro temporadas, mas que acabou cancelada (as audiências, sempre as audiências).
“Sem Limites” tem o carimbo da CBS e conta também com a participação de Mary Elizabeth Mastrantonio.A actriz tem estado afastada do cinema e nos últimos anos passou por algumas séries como “Grimm” ou “Blue Bloods”.