Uma semana prometedora


As sondagens que parecem coelhos (por que será?) multiplicam-se e tendem a ofuscar toda a campanha.


© Jens Meyer/AP

Semana muito produtiva em termos de notícias sensacionalistas. Carrilho chega mesmo a colocar Sócrates na penumbra na edição da comunicação social. As sondagens que parecem coelhos (por que será?) multiplicam-se e tendem a ofuscar toda a campanha.

Os alemães que são tidos como certinhos e ótimos em contas, além de uma seriedade a toda a prova, demonstraram que são realmente barras em todas as operações. Depois da venda de submarinos em que são peritos, agora voltaram-se para a camuflagem da poluição e a Volkswagen está a braços com um problema que parece apagar a crise bolsista chinesa, esta já de si bastante estranha num país dito comunista. (por falar nisso: porque não acabar de vez com as bolsas, berço de todo o mal? Alguém ainda um dia me há-de explicar por que razão quem tem muito dinheiro há-de ter mais só por essa razão, sem trabalhar?).

Depois, a semana foi pródiga em revelações como, por exemplo, saber-se que a comprovada (e depois negada) venda do Novo Banco fez o défice orçamental de 2014 subir para 7,2% do PIB, muito acima dos 4,5% calculados anteriormente. O que não deixa de ser uma excelente notícia para todos os contribuintes portugueses (estejam atentos aos novos capítulos no ano de 2016).

Poderia continuar a enumerar mais alguns factos e perspetivas risonhas que nos esperam no futuro, dadas as simpáticas realidades do presente (pelo menos na sonhadora ótica da coligação “Portugal à Frente”), mas nem tudo foi negativo nestes dias de um finado verão.

Sabendo-se que os indecisos perante o próximo ato eleitoral rondam os 40%, nas rigorosíssimas sondagens que por aí abundam, o Senhor Presidente da República, Professor Cavaco Silva, que uma vez disse para a História que “nunca tem dúvidas e raramente se engana”, resolveu falar ao País no dia 3 de Setembro (um dia antes do ato, e dia de reflexão), o que muito nos descansa.

Irá certamente mobilizar o eleitorado convocando-o para as urnas (aos eleitores que ainda lá não estão) e sugerindo de forma sibilina o que melhor se enquadra no próspero e risonho futuro da nação. Assim, no dia seguinte, os portugueses desempenharão o seu papel sem dúvidas nem enganos. 

Escreve à sexta-feira

Uma semana prometedora


As sondagens que parecem coelhos (por que será?) multiplicam-se e tendem a ofuscar toda a campanha.


© Jens Meyer/AP

Semana muito produtiva em termos de notícias sensacionalistas. Carrilho chega mesmo a colocar Sócrates na penumbra na edição da comunicação social. As sondagens que parecem coelhos (por que será?) multiplicam-se e tendem a ofuscar toda a campanha.

Os alemães que são tidos como certinhos e ótimos em contas, além de uma seriedade a toda a prova, demonstraram que são realmente barras em todas as operações. Depois da venda de submarinos em que são peritos, agora voltaram-se para a camuflagem da poluição e a Volkswagen está a braços com um problema que parece apagar a crise bolsista chinesa, esta já de si bastante estranha num país dito comunista. (por falar nisso: porque não acabar de vez com as bolsas, berço de todo o mal? Alguém ainda um dia me há-de explicar por que razão quem tem muito dinheiro há-de ter mais só por essa razão, sem trabalhar?).

Depois, a semana foi pródiga em revelações como, por exemplo, saber-se que a comprovada (e depois negada) venda do Novo Banco fez o défice orçamental de 2014 subir para 7,2% do PIB, muito acima dos 4,5% calculados anteriormente. O que não deixa de ser uma excelente notícia para todos os contribuintes portugueses (estejam atentos aos novos capítulos no ano de 2016).

Poderia continuar a enumerar mais alguns factos e perspetivas risonhas que nos esperam no futuro, dadas as simpáticas realidades do presente (pelo menos na sonhadora ótica da coligação “Portugal à Frente”), mas nem tudo foi negativo nestes dias de um finado verão.

Sabendo-se que os indecisos perante o próximo ato eleitoral rondam os 40%, nas rigorosíssimas sondagens que por aí abundam, o Senhor Presidente da República, Professor Cavaco Silva, que uma vez disse para a História que “nunca tem dúvidas e raramente se engana”, resolveu falar ao País no dia 3 de Setembro (um dia antes do ato, e dia de reflexão), o que muito nos descansa.

Irá certamente mobilizar o eleitorado convocando-o para as urnas (aos eleitores que ainda lá não estão) e sugerindo de forma sibilina o que melhor se enquadra no próspero e risonho futuro da nação. Assim, no dia seguinte, os portugueses desempenharão o seu papel sem dúvidas nem enganos. 

Escreve à sexta-feira