Ao comício no mercado de Leiria, na noite desta quinta-feira, António Costa levou aquele que ficou como representante da oposição interna no PS, Álvaro Beleza. O líder do PS fez crescer o tom do apelo ao voto, pedindo aos eleitores um “basta”, num discurso depois de o ex-membro da direcção de António José Seguro ter admitido que alguns pudessem “estranhar” a sua presença ao lado de Costa.
“Nenhum socialista que se orgulhe desse nome pode ficar em casa ou vai ficar em casa”, disse Beleza em respostas à estranheza. Depois seguiu num discurso como médico quase a completar 30 anos de serviço, dedicado ao seu sector e aproveitando um exemplo do dia para apelar ao voto no PS: "Vamos acordar. Vamos acordar Portugal. Vamos acordar porque isto não correu bem. Estamos aqui por todas as pessoas que se levantaram às 4 da manhã para ir para a Amadora fazer uma endoscopia”.
E o socialista apoiante de António José Seguro ainda falou e Costa como “um homem de diálogo, de consenso” e não um “perigoso radical”. Aconselhando a não olhar para as sondagens: “Em tempo e batalha não se olha para o lado e para trás. Não são as sondagens que vão decidir as eleições”.
Costa falou de seguida e pegou no exemplo dado por Álvaro Beleza das filas de espera para marcar um exame de saúde para atacar a “insensibilidade e desprezo profundo que teve por cada uma das pessoas e pelos portugueses”. “Aqueles doente não são uma percentagem”, disse o candidato socialista que que atirou à “dupla Paulo Portas e Pedro Passos Coelho que pior ainda que a sua incompetência em gestão das finanças públicas é a falta de respeito que revela pelos portugueses achando que podem estar sempre a mentir e a enganar”. Costa não tem largado, e neste discurso em Leiria também não o fez, a derrapagem no défice deste ano e o impacto do atraso da venda do Novo Banco nas contas públicas.
O apelo de Costa nesta altura do campeonato vai agravando e a praticamente uma semana das eleições deixou um “basta” ao actual governo. O apelo foi deixado aos estavam ali em Leiria, distrito pelo qual foi eleito deputado em 2002, mas também “aos que estão em casa a pensar como irão votar, os q já sofreram tanto que acham que nem sequer vale a pena ir votar. É altura de dizermos que é mesmo necessário ir votar e dizer na cara de Passos Coelho e Paulo Portas aquilo que eles merecem ouvir: rua, basta!”
